OPINIÃO

O discurso antissemita de Lula

Um chefe de Estado de um país que quer se destacar no cenário externo precisa ter temperança, esmero nas palavras e, sobretudo, respeito às outras nações e seus governos e à História...

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JOSÉ MARIA NÓBREGA

Publicado em 25/02/2024 às 0:00 | Atualizado em 25/02/2024 às 23:37
Lula durante viagem à África: discurso polêmico causou repercussão internacional - Ricardo Stuckert / PR

Não é novidade para ninguém que a esquerda mundial é antissemita. A perseguição aos judeus e o discurso fascista da esquerda chegou até em ambientes de alto nível como em Havard e MIT. No entanto, um chefe de Estado precisa ter cuidado ao se pronunciar por um país inteiro. Não falar apenas pelos seus seguidores/eleitores, seu séquito e/ou partido. Mas, foi justamente isso que o Presidente da República brasileiro fez em um discurso na África em viagem internacional. Vilipendiou às regras diplomáticas. Fez discurso comezinho desrespeitando a comunidade judaica mundial e demonstrando um total desprezo não só ao povo judeu, mas a própria História. Um Presidente desprovido de conhecimento histórico e cercado por gente incompetente.

O teor antissemita contra Israel foi exageradamente proferido em uma comparação perversa com o que foi feito na Alemanha Nazista pelo seu famigerado líder (führer) entre os anos 20 e 40 do século passado. A questão judaica na Alemanha, e depois na Europa como um todo, é retratada em rios de letras nas páginas dos livros de História e em séries e filmes até hoje. Hitler promoveu uma limpeza étnico-religiosa-cultural nunca feita na História da Humanidade. Um chefe de Estado de qualquer Nação Ocidental, que prima pela democracia e suas liberdades conectas, mesmo com o intuito de criticar Israel por sua conduta, não iria nunca falar tal asneira.

Já publiquei artigo aqui neste espaço falando sobre a importância de Israel para o mundo Ocidental (https://jc.ne10.uol.com.br/opiniao/artigo/2023/10/15615912-em-defesa-de-israel.html), única democracia existente no Oriente Médio. Israel retrata a nossa cultura de tolerância, liberdade e respeito aos direitos universais naquela inóspita região. É um oásis num deserto de tirania e repressão, violência e assassinatos. O que Hitler promoveu no século XX é a página mais terrível da História contemporânea. O que o seu séquito, Gestapo, SS, cães de guarda, camisas marrons, promoveu em termos de perseguição, violência e anulação de qualquer humanidade para com um povo foi algo inimaginável. Os campos de concentração com corpos empilhados de homens, mulheres, crianças e idosos representaram a cena mais cruel de desumanidade promovida contra um povo.

O mais incrível, é ver colegas de universidade, professores de História, Sociologia, Antropologia etc. defender as falas absurdas do nosso chefe de Estado. Gente que defende as ações contra Israel como se Israel fosse o agressor. Fosse o país que ameaça todos ao redor. É desconhecer a História e fazer papel de lacaio de político.

Vou contar um pouco da História de como surgiu o Estado de Israel e como a esquerda, essa ideologia pérfida, entorpece professores que deveriam primar pela tolerância a divergências de opinião e se deter em explicar suas teorias e métodos e não fazer militância da mais grossa em sala de aula:

Em 14 de maio de 1948, o Mandato Britânico na Palestina chegou ao fim. Minutos depois, os Estados Unidos reconheceram o novo Estado de Israel. A União Soviética (modelo de estado e de governo para muitos de meus colegas), fez o mesmo. Em contraste, nações árabes que faziam fronteira com o novo país lançaram ataque imediato ao solo israelense. Aeronaves egípcias bombardearam Tel Aviv. Tanto a Legião Árabe da Transjordânia quanto o Exército de Libertação Árabe baseado na Síria avançaram para a região que fora destinada ao novo estado judeu pela ONU. A artilharia da Legião Árabe bombardeou o bairro judeu da Cidade Antiga de Jerusalém. No centro do país, tropas iraquianas atacaram posições israelenses.

A guerra durou nove meses, e as linhas temporárias de cessar-fogo serviram de fronteira para Israel por quase vinte anos. As cidades árabes palestinas da margem ocidental do Jordão foram ocupadas e anexadas pela Transjordânia, que também ocupou e demoliu o bairro judeu na Cidade Velha. O Egito ocupou a Faixa de Gaza. Durante a Guerra de Independência de Israel, seis mil judeus foram mortos, o equivalente a 1% de toda a sua população.

Pelo que podemos ver com essa pequena História, a questão é mais complexa do que a esquerda pensa saber. Do que Lula e sua assessoria bolchevique pensam saber. Do que os professores de broche de partido comunista no peito pensam saber. A História envolve agressão desde o primeiro minuto de História indendependente do povo judeu em um solo para chamar de seu, algo que nunca teve.

Finalizo orientando o nosso chefe de Estado a falar pelo povo de seu país e não por sua cabeça e os seus seguidores. Um chefe de Estado de um país que quer se destacar no cenário externo precisa ter temperança, esmero nas palavras e, sobretudo, respeito às outras nações e seus governos e a História, esta que deve ser o primeiro conhecimento de um político como reza a cartilha da Ciência Política Moderna desde seu pioneiro, Nicolau Maquiavel. A questão oriental é complexa e exige muita habilidade da diplomacia. O Brasil tira nota zero nesta questão.

José Maria Nóbrega, professor Associado de Ciência Política da Universidade Federal de Campina Grande

 

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