Com a presença de instituições financeiras como o Banco do Nordeste e o BNDES, governadores nordestinos se reuniram ontem, em Brasília, com o vice-presidente da República, para discutir o tema do desenvolvimento econômico, considerando perspectivas e desafios para a região. Um projeto de restauração da caatinga foi assinado, e muitas demandas devem ter sido feitas para a equipe do governo federal que acompanhou Geraldo Alckmin, também ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Além do apoio concreto de recursos para custear ações necessárias, o importante é que a repetição de encontros desse tipo se torne agenda rotineira, reafirmando a sintonia política dos governos estaduais com o Palácio do Planalto e os ministérios, acima de partidarismos, em prol da recuperação e expansão da economia para a melhoria da qualidade de vida do povo nordestino.
Alckmin mirou em objetivo consensual, ao ressaltar as possibilidades na exploração de empreendimentos de energia limpa, como eólica e solar, e até do biodiesel, que já se destacam em diversos estados da região. E provocou os governadores presentes: “Como é que a gente potencializa a indústria na região?”, perguntou. Desse modo, o governo federal demonstra estar à espera de projetos que viabilizem essa expansão industrial baseada na economia verde e na energia limpa, que se conecta com a disponibilidade territorial do Nordeste.
O discurso da unidade foi levantado pelo governador do Ceará, Elmano de Freitas, enxergando um horizonte de transformações no âmbito regional. Mas ressaltou que é preciso crédito de maior escala para investimentos em infraestrutura, agropecuária e turismo, além do setor energético. Em tom amistoso e sem polêmicas, o governador cearense mencionou a Transnordestina como empreendimento fundamental para o Nordeste, tanto pelo lado do Ceará, quanto pelo de Pernambuco. A ferrovia tem sido uma das reivindicações prioritárias da governadora Raquel Lyra junto ao governo federal.
Lyra reforçou o caráter regional da Transnordestina, como diferencial logístico para o Nordeste. A governadora solicitou ainda uma repactuação financeira com o Ministério da Saúde, por causa do volume de pacientes de outros estados que buscam atendimento em solo pernambucano. Como na saúde, Raquel Lyra chamou a atenção para a necessidade de regionalização da segurança, em virtude da atuação de facções do crime organizado nos estados nordestinos. É bom que essa compreensão prospere. A articulação entre os governos estaduais e o governo federal pode ser a melhor estratégia para o enfrentamento da criminalidade na região. Assim como o transporte metropolitano há de ser tratado de maneira integrada pelos municípios e o governo do Estado, em qualquer Região Metropolitana. Como frisou a governadora pernambucana, quando mencionou o fluxo de demandas da saúde, semelhante visão serve para a educação, a infraestrutura e para todos os prismas do desenvolvimento econômico e social almejado pela população. O foco regional, priorizado, tem tudo para acelerar os processos, e encurtar as distâncias entre o Nordeste e outras regiões brasileiras.