DENGUE

Alerta em Pernambuco

Aumento de 67% de casos prováveis da doença em uma semana, e mais de 300% em relação ao mesmo período do ano passado, causa preocupação

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JC

Publicado em 10/03/2024 às 0:00
Maduro, Lula e a Venezuela
Maduro, Lula e a Venezuela - Thiago Lucas

Com situação de emergência decretada em um terço dos estados no País, a dengue segue desafiando as autoridades sanitárias, e pondo sob pressão as estruturas de atendimento na saúde. Apesar das campanhas informativas que lançam para a população a responsabilidade pelo crescimento da transmissão pelo mosquito Aedes aegypti, vetor de outras arboviroses como a chicungunha, recai sobre o poder público – do governo federal aos estaduais e municipais – a insuficiência de ações e medidas planejadas que pudessem ter evitado o atual quadro da epidemia no Brasil. A impressão é que a prevenção não foi realizada como devia, e o resultado é o que testemunhamos, a cada semana com mais preocupação diante da quantidade de infectados, e de mortes em decorrência do agravamento.
A essa altura do aumento de casos, os governos já correm atrás do prejuízo, e não mais da prevenção. A decretação de emergência em grandes centros urbanos no Sudeste, por exemplo, é consequência do que não se fez para impedir a situação emergencial. Em Pernambuco, a Secretaria Estadual de Saúde tem intensificado a parceria com as prefeituras, a fim de buscar a reversão da tendência de alta, bem como a repetição do quadro de descontrole verificado em outras unidades da federação. O esforço conjunto inclui treinamento de pessoal, mutirões de limpeza, visitas domiciliares e campanhas educativas junto à população, já que a maioria dos focos do mosquito se encontra nas residências que deixam reservatórios, por menores que sejam, com água parada, formando criadouros adequados à proliferação.
Recente boletim epidemiológico apontou que o aumento de casos foi relevante em cidades de regiões diferentes - Araçoiaba, na Região Metropolitana, Chã de Alegria, na Mata Norte, e Terra Nova, no Sertão. As três respondem ao critério de alta incidência adotado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), com mais de 300 casos prováveis para cada 100 mil habitantes. Tanto os governos municipais quanto o governo estadual precisam adotar medidas de contenção nesses lugares, e impedir que as condições de transmissão se espalhem no entorno, sobretudo nos locais com estruturas precárias de serviços de saúde hospitalar, para eventuais demandas de casos graves.
O agravamento da dengue, por sinal, tem afetado mais os idosos, especialmente os indivíduos acima de 80 anos. De acordo com o Ministério da Saúde, 57% dos idosos dessa faixa etária que são infectados desenvolvem sintomas graves da enfermidade. A existência de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, pode desencadear a infecção em sua forma grave. Como a dengue não possui tratamento além dos sintomas, toda atenção é requerida, para que os cuidados necessários não tardem.
Em todo o território brasileiro, já são mais de 1,3 milhão de casos prováveis, este ano. O número de mortes confirmadas é de 363, com 763 em investigação. No Sudeste, o índice de infecção está acima de mil casos prováveis por 100 mil habitantes, coeficiente que já passa de 2 mil em Minas Gerais, e de 4 mil no Distrito Federal.

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