Nas três primeiras semanas de distanciamento social por conta do coronavírus, Pernambuco registrou queda na emissão de gases que poluem o ar em relação à fevereiro deste ano, apontou a Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas). O monitoramento da pasta junto à Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) constatou uma diminuição de 15% no lançamento de dióxido de carbono (CO2) e dióxido de nitrogênio (NO2) - dois compostos químicos prejudiciais à atmosfera - na área do Complexo Industrial Portuário de Suape.
O alívio é resultado direto da paralisação de algumas atividades econômicas por razão da pandemia. As entidades levantaram ainda que a redução de 25% no fluxo de viagens rodoviárias na Região Metropolitana do Recife (RMR), outra consequência do coronavírus, também ocasionou em menores níveis de liberação do CO2. Os dados, no entanto, não significam necessariamente a melhora da qualidade do ar no balanço final do ano.
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Isso porque esses dois segmentos não são os maiores responsáveis pela emissão de Gases do Efeito Estufa (GEE) no Estado. A agropecuária, a produção de resíduos sólidos e o uso do solo são muito mais danosos nesse quesito. O secretário estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade, José Bertotti, alerta que só as mudanças temporárias provocadas pela pandemia não são suficientes para alterar os efeitos do aquecimento global. No Recife, um exemplo das consequências das mudanças climáticas são os alagamentos, fruto do aumento do nível do mar.
“Não identificamos que a pandemia em si traz um benefício imediato do ponto de vista da poluição. É muito pontual”, comentou. “Mudando modelos produtivos, mudando modelos de negócios, introduzindo cada vez mais combustíveis renováveis ao invés de energia fóssil, a gente acha que é a partir daí que pode reduzir a emissão de GEE”, defendeu.
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Na sua análise, no entanto, o avanço da covid-19 tem feito as pessoas refletirem sobre esses modos de produção que o mundo tem adotado. “Nesse momento a população está pensando se a pandemia não é gerada por esse pensamento desenfreado de consumo, de crescimento econômico sem pensar no desenvolvimento social”, opinou.
“Quando a gente vê que esse vírus se dissemina no mundo inteiro e potências econômicas tiveram que se dobrar e dar uma atenção maior à saúde, à população mais carente, ao fornecimento de insumos básicos, isso faz com que a gente questione se o modelo de mundo é válido ou se a gente tem que pensar num modo de desenvolvimento sustentável”.
O secretário definiu esse conceito como um crescimento que agregue o olhar para as pessoas e para o meio ambiente. “Um modelo que tenha ativação econômica, mas que o tipo de produção seja feita para garantir que não se favoreça só uma parte da população”, disse. “A falta de acesso à saúde, a pobreza, a falta de saneamento são questões que precisam ser olhadas e que se tornam mais cruéis num momento como esse de pandemia.”
Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.
A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:
Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.