A equipe hospitalar virou banda e a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Universitário (HU) de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, palco para o espetáculo de afeto protagonizado pelo médico Pedro Diniz, de 40 anos, e a primeira paciente do novo coronavírus da unidade. O vídeo em que o chefe da Divisão Médica aparece dançando com a vítima da covid-19 ao som de “Asa Branca”, de Luiz Gonzaga, ganhou as redes nos últimos dias. Só no Twitter, a publicação conta com 4 mil retuítes e quase 30 mil curtidas.
Natural de Belo Horizonte, Minas Gerais, Pedro conta que essa não foi a primeira ação de cuidado com a paciente, que está internada desde o dia 2 de abril. “Toda a equipe que está cuidando da paciente já vinha exercendo algumas ações para humanizar um pouco mais o cuidado, diminuir o isolamento e a solidão”. A equipe do hospital possibilitou que ela assistisse televisão, usasse o celular, e até mesmo visse a família da sacada do HU. “Foi uma cena muito emocionante”, relatou o médico.
O arrasta-pé com a paciente veio da ideia de fazer um teste para saber se ela conseguiria respirar sem aparelhos. “Eu brinquei que a gente ia fazer um teste exercendo alguma atividade realizando algum esforço, para ver se ela conseguia ir pra casa sem o oxigênio”, contou. A intenção também foi de separar as barreiras entre as roupas de proteção, equipamento essencial para profissionais de saúde que atuam na luta contra a covid-19. “Foi para aproximar e transmitir um pouco mais de afeto, [mesmo] com toda aquela roupa, aquela paramentação, que nos separa das pessoas”.
Na publicação que fez nas redes sociais, Pedro conta que no primeiro dia em que a paciente chegou na UTI ele a entubou, e no 14º, dia 16 de abril a extubou. O vídeo foi filmado quatro dias após a retirada do tubo para respiração. “Eu desenvolvi um vínculo com ela, tomei algumas medidas mais intensivas e arriscadas que coincidiram de ser no meu plantão”, explicou. Em entrevista ao JC, o médico revela que, já sem sintomas, a paciente deve receber alta ainda nesta quarta (22) ou quinta-feira (23).
O mineiro relata que o trabalho na linha de frente ao coronavírus é de tensão. “É um trabalho muito difícil. É um plantão muito diferente do que a gente está habituado, pelas roupas e EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) que a gente precisa usar, pela tensão com o risco de infecção, de contrair o vírus, [porque] a gente sabe que ele é muito transmissível”.
Assim, com a pequena festa dentro da UTI, que é exclusiva para pacientes com a covid-19 ou com suspeita da doença, Pedro afirma que a equipe também foi ajudada. “Ela ficou super bem humorada, nós brincamos depois, ela colocou mais música para o pessoal ouvir [...], então foi uma relação bilateral, a gente a ajudou e ela nos ajudou”.
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Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.
A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:
Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.