Horta cultivada por detentos no Agreste de Pernambuco alimenta moradores de rua em Garanhuns

Ação é feita através da colaboração do Centro de Ressocialização do Agreste (CRA) com o Projeto Mãos Solidárias, Cuidam da Terra e Alimentam o Mundo
Katarina Moraes
Publicado em 28/04/2020 às 8:26
Cerca de 30 detentos, entre concessionados — trabalhadores assegurados pela Lei de Execução Penal — e voluntários trabalham na horta do CRA Foto: SERES-PE/DIVULGAÇÃO


DIVULGAÇÃO - SELO PATROCINADO UNINASSAU

Uma rede de apoio tem ajudado pessoas em situação de vulnerabilidade no interior de Pernambuco. A partir do cultivo de legumes e verduras, realizado por detentos de Canhotinho, no Agreste de Pernambuco, o Projeto Mãos Solidárias, Cuidam da Terra e Alimentam o Mundo em colaboração com o Centro de Ressocialização do Agreste (CRA) está levando alimentos e outros auxílios para famílias de Garanhuns, também no Agreste, desde a última quarta-feira (22).

A horta é cultivada por cerca de 30 detentos em regime semiaberto, entre concessionados — trabalhadores assegurados pela Lei de Execução Penal — e voluntários. A doação, que será feita enquanto durar o projeto, soma, até o momento, 73 quilos de macaxeira, abobrinha, coentro, cebolinha, alface e couve, segundo a Secretaria de Ressocialização de Pernambuco.

Os legumes e verduras são usados nas refeições servidas aos moradores em situação de rua e famílias necessitadas, especialmente, pelo agravamento da situação durante a pandemia do novo coronavírus. “O sistema prisional pode contribuir de qualquer forma neste momento pelo qual atravessamos, a mão de obra carcerária já está ativa na produção e EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) para os servidores e profissionais de saúde e pode ajudar muito mais”, assegurou o secretário-executivo de Ressocialização, Cícero Rodrigues.

Os voluntários preparam quentinhas de almoço e distribui no Centro de Formação Luiz Inácio Lula da Silva, na Avenida Duque de Caxias, no centro de Garanhuns. “Atendemos pessoas das periferias de Garanhuns. No início do projeto eram em torno de 150 marmitas, hoje conseguimos entregar 200 marmitas por dia, na hora do almoço. Já se envolveram nesse processo 130 voluntários, que atuam em várias frentes de trabalho, como confecção de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), higienização dos alimentos e do espaço utilizado, comunicação, cultura, infraestrutura”, conta Luiz Filho, um dos coordenadores da ação.

Luiz destaca ainda que as entregas são realizadas diariamente, obedecendo orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), da Vigilância Sanitária do Município, protocolos internos e externos de segurança alimentar e protocolo de segurança para evitar a aglomeração das pessoas durante a distribuição das marmitas.

Os voluntários trabalham divididos em oito equipes que e também estão se dedicando a suprir outras lacunas geradas pela pandemia do novo coronavírus, como a produção de máscaras, alimentos, atendimento de saúde, higienização do ambiente e donativos, na cultura, na entrega das marmitas e na comunicação.

Apoio e voluntariado

A ação também conta com o apoio da Frente Brasil Popular do Agreste Meridional, organizada pela FETAPE, o Coletivo Motirõ, o MST, a CUT, os STRs da região e o Instituto Manuel Santos, com o apoio do Instituto Raízes, a Universidade Federal do Agreste de Pernambuco (UFAPE), a Residência Multiprofissional em Saúde da Família com ênfase em Saúde do Campo - UPE e a ADUFERPE.

O projeto também conta com a mobilização de voluntários e doação de EPIs, materiais de limpeza, alimentos, carne, verdura, legumes, água e também contribuição financeira.

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