“Nasci de novo”. O medo que a pernambucana Sandra Gomes da Silva, de 48 anos, sentiu quando recebeu o diagnóstico da covid-19 foi substituído por uma imensa gratidão a Deus e aos profissionais de saúde responsáveis pela sua recuperação, quadro de 704 pacientes que já receberam alta do novo coronavírus no Estado até essa segunda-feira (27). A dona de casa passou cinco dias internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital da Mulher do Recife, no Curado, e outros dez na enfermaria, recebendo alta no dia 23 de abril.
Ela conta que, inicialmente, só sentiu cansaço no corpo, seguido de falta de ar. “Comigo apareceu logo um cansaço horrível no corpo. Um dia depois, veio a falta de ar. Eu não fazia nada, passava o dia deitada ou sentada”. Outros sintomas comuns listados pelo Ministério da Saúde, como tosse, febre, coriza e dor de garganta não foram apresentados. “Não tive febre, não tive crise de garganta. Eu não senti os sintomas que todo mundo sente”, relatou.
Com a chegada da falta de ar, ela se dirigiu até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) dos Torrões, na Zona Oeste do Recife, no dia 4 de abril, onde ficou em isolamento até ser encaminhada para o Hospital da Mulher do Recife, no bairro do Curado. “Fiquei na sala de isolamento para procurar um hospital que fizesse teste de covid, para confirmar. De lá, fui enviada para o Hospital da Mulher do Recife, onde fizeram o exame, que deu positivo”. Ela conta não precisou ser entubada, mas recebeu oxigênio hospitalar durante toda a internação.
A pernambucana relata que, quando recebeu o diagnóstico, entrou em pânico. “Parece que o mundo acabou porque você vê tanto falar na televisão e em outros lugares sobre as mortes (por coronavírus) e você entra em pânico”. Para ela, a parte mais difícil dos dias na UTI foi precisar ficar longe da família. “As únicas pessoas que você tem contato são os médicos, enfermeiros e técnicos em enfermagem. Porque, da sua família, você não tem contato com ninguém. Imagina como você fica? Como o estado emocional fica? Eles não podem vir dar um apoio, ficar comigo”, disse.
Com a voz embargada, Sandra agradece a Deus e aos profissionais de saúde que a trataram. “Primeiro lugar, agradeço a Deus, por tudo, e, principalmente, ao Hospital da Mulher do Recife, aos médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, porque graças a Deus e a eles, eu melhorei. Tiveram paciência comigo, carinho, se dedicaram. Não só comigo, como com outros pacientes da enfermaria, deram o maior apoio. Toda vez que eu falo, eu choro”, declarou.
Mãe de dois filhos já casados, hoje Sandra mora apenas com o marido que, segundo ela, não apresentou sintomas. “Ele está ótimo, não apresentou sintomas nenhum”, disse. E foi com ele que a dona de casa comemorou o aniversário de 48 anos, nessa segunda. “Eu ainda estou em quarentena, não posso receber ninguém, teve um ‘bolinho’ só comigo e meu marido. Mas depois, quando passar esse período da quarentena, eu vou comemorar, porque eu nasci de novo”.
Após protagonizar uma cena de afeto com o médico Pedro Diniz, chefe da Divisão Médica da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Universitário (HU) de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, ao dançar com ele a música 'Asa Branca', de Luiz Gonzaga, a paciente internada com coronavírus teve cura clínica. Segundo informações da Rádio Jornal de Petrolina, ela recebeu alta na última quinta-feira (23) e, antes de ser liberada, fez um teste rápido para coronavírus e foi constatado a cura. De acordo com a Prefeitura de Petrolina, ela já se encontra em casa.
A equipe hospitalar virou banda e a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Universitário (HU) de Petrolina, no Sertão de Pernambuco, palco para o espetáculo de afeto protagonizado pelo médico Pedro Diniz, de 40 anos, e a primeira paciente do novo coronavírus da unidade. O vídeo em que o chefe da Divisão Médica aparece dançando com a vítima da covid-19 ao som de “Asa Branca”, de Luiz Gonzaga, ganhou as redes nos últimos dias. Só no Twitter, a publicação conta com 4 mil retuítes e quase 30 mil curtidas.
O arrasta-pé com a paciente veio da ideia de fazer um teste para saber se ela conseguiria respirar sem aparelhos. “Eu brinquei que a gente ia fazer um teste exercendo alguma atividade realizando algum esforço, para ver se ela conseguia ir pra casa sem o oxigênio”, contou. A intenção também foi de separar as barreiras entre as roupas de proteção, equipamento essencial para profissionais de saúde que atuam na luta contra a covid-19. “Foi para aproximar e transmitir um pouco mais de afeto, [mesmo] com toda aquela roupa, aquela paramentação, que nos separa das pessoas”.
Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.
A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:
Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.