Isolamento social já evitou a morte de 2 mil pessoas no Recife

O cálculo é feito de acordo com a projeção de crescimento da curva de mortes de outras localidades do mundo
Amanda Rainheri
Publicado em 28/04/2020 às 21:17
Trabalhadores formais, desempregados, na Agência do Trabalho da Rua da Aurora, em busca do seguro desemprego. Foto: LEO MOTTA/ACERVO JC IMAGEM


As medidas de isolamento social recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) já ajudaram a salvar mais de duas mil vidas na capital pernambucana. A informação é do secretário de saúde da capital Jailson Correia, que voltou a defender nesta terça-feira (28) que as pessoas permaneçam em suas casas para evitar a disseminação da doença. 

Segundo ele, o cálculo é feito de acordo com a projeção de crescimento da curva de mortes de outras localidades do mundo, que relaxaram ou adotaram as medidas de isolamento de forma tardia. "São 197 mortes no Recife, mas poderiam ser mais de duas mil mortes se não houvéssemos seguido a recomendação (da OMS). Quanto maior o isolamento social, menos mortes", argumentou. 

A capital pernambucana registrou, entre segunda (27) e terça-feira (28) 250 novos casos de covid-19. Com as confirmações, subiu para 2.972 o número de pessoas infectadas. 

O secretário da pasta de saúde lembrou aos recifenses que estamos vivendo o período que antecede aquele que deve ser o mais preocupante em número de casos. "Não tenhamos dúvidas de que este mês de maio será o mais difícil da era até aqui, considerando todos os impactos. Maio será um mês duríssimo e a única forma de diminuir isso é tomando as medidas de isolamento", afirmou. "Existe uma aparente incongruência, porque quanto mais efetivo é o isolamento, menos ele parece necessário", refletiu, destacando que cada semana que se ganha no combate à doença faz com que o poder público consiga trabalhar para abrir novos leitos. 

Jailson Correia lembrou ainda que os serviços de atendimento à saúde da atenção básica continuam em pleno funcionamento, para garantir que pessoas, principalmente dos grupos de risco, tenham acesso aos atendimentos de saúde. "Os nossos postos continuam funcionando, para que pessoas que tenham diabetes, hipertensão e tuberculose, por exemplo, possam continuar fazendo os seus tratamentos com remédios. Estão mantidas para que se possa prevenir quadros mais graves."

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O que é coronavírus?

Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.

A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.

Como prevenir o coronavírus?

O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:

- Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos, respeitando os 5 momentos de higienização. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool.
- Evitar tocar nos olhos, nariz e boca com as mãos não lavadas.
- Evitar contato próximo com pessoas doentes.
- Ficar em casa quando estiver doente.
- Cobrir boca e nariz ao tossir ou espirrar com um lenço de papel e jogar no lixo.
- Limpar e desinfetar objetos e superfícies tocados com freqüência.
- Profissionais de saúde devem utilizar medidas de precaução padrão, de contato e de gotículas (mascára cirúrgica, luvas, avental não estéril e óculos de proteção).
- Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.

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