Com anúncio de rodízio de carro e linha Centro do metrô parada, ônibus viram prato cheio para aglomerações no Recife

Estações da linha Centro do metrô do Recife estão fechadas e com previsão de retorno apenas para o período da tarde desta quarta-feira
JC
Publicado em 13/05/2020 às 10:25
Estação Barro na manhã desta quarta-feira (13) Foto: TIÃO SIQUEIRA/JC IMAGEM


Mesmo com o esquema especial montado pelo Grande Recife Consórcio de Transporte para atender passageiros do Metrô do Recife, que teve a linha Centro paralisada e estações fechadas ainda na tarde dessa terça-feira (12), os terminais integrados amanheceram nesta quarta-feira (13) com mais gente que nas últimas semanas, desde que começou o isolamento social na cidade, decorrente da pandemia do novo coronavírus. Outro fator para o aumento do fluxo é o rodízio de carros que começará a funcionar neste sábado (16) em cinco cidades da Região Metropolitana. Até lá, são realizadas ações educativas sobre a nova medida.

A reportagem do JC esteve no Terminal Integrado do Barro, em Jardim São Paulo, Zona Oeste do Recife, por volta das 8h da manhã, e identificou aglomerações e falta de organização no local. Nas filas, por exemplo, o distanciamento de dois metros, recomendado pelo Ministério da Saúde para evitar a proliferação da covid-19, não estava sendo respeitado. Imagens da estação Cajueiro Seco, em Jaboatão dos Guararapes, que faz parte da linha Sul do metrô do Recife, mostram diversas pessoas aglomeradas, na manhã desta quarta, aguardando a chegada dos trens. Devido à lotação, os usuários também acabam não respeitando o distanciamento social recomendado pelas autoridades de saúde.

O problema, que ocorreu por volta das 17h dessa terça-feira (12), afeta cerca de 60 mil usuários que utilizam a linha nos ramais Jaboatão e Camaragibe. De acordo com a assessoria de imprensa da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), as 19 estações que compõem a linha Centro só devem voltar a funcionar às 16h30.

A circulação dos trens foi interrompida perto da estação Recife porque, um dos pantógrafos, equipamento que liga o trem à rede aérea, se enroscou nesta rede, provocando a desenergização do trecho. A CBTU ainda alerta que a linha Sul do metrô do Recife não sofreu alterações em sua operação, funcionando normalmente nesta quarta-feira. Devido à pandemia causada pela covid-19 e ao isolamento social, o metrô do Recife passou a operar apenas nos horários de pico. Pela manhã, funciona das 6h às 9h e, à tarde/noite, das 16h30 às 20h.

As estações afetadas são:

- Recife
- Joana Bezerra
- Afogados
- Ipiranga
- Mangueira
- Santa Luzia
- Werneck
- Barro
- Tejipió
- Coqueiral
- Alto do Céu
- Curado
- Rodoviária
- Cosme e Damião
- Camaragibe
- Cavaleiro
- Floriano
- Engenho Velho
- Jaboatão

Reforço

O Grande Recife reforçou a operação das linhas de BRT 2450 – TI Camaragibe (Conde da Boa Vista), 2443 – TI CDU/TI Joana Bezerra e a linha 2480 – TI Camaragibe/ Derby, que terão viagens alternadas para o TI Joana Bezerra. As linhas convencionais 202 – Barro/Macaxeira (Várzea) e 207 – Barro/Macaxeira (BR-101) também serão reforçadas, dando acesso à 2490 – TI Camaragibe/TI Macaxeira. Houve a ativação da linha especial TI TIP/TI Camaragibe e reforço nas 346 - TI TIP (Conde da Boa Vista), 347 - TI TIP (Derby) e 200 – Jaboatão (Parador), esta última no sentido Centro.

Histórico de problemas e aumento no Metrô do Recife

A série de aumentos escalonados do valor da tarifa do metrô do Recife foi autorizada no dia 22 de abril de 2019 pela juíza Maria Edna Fagundes Veloso, titular na 15ª Vara Cível. Com isso, o bilhete que até então custava R$ 1,60 passaria a custar R$ 4 até março de 2020, sendo o dia 5 de maio a data do primeiro reajuste no valor de R$ 2,10.

No dia 7 de julho, houve o segundo aumento, em que os passageiros passaram a pagar R$ 2,60 para utilizar o serviço de trens. Sete dias após o aumento, em 14 de julho, as operações da Linha Centro foram paralisadas e só voltaram a funcionar depois de quatro dias, no dia 18 de julho. Na época a CBTU informou, por meio de uma nota, que a interrupção foi ocasionada devido ao rompimento de um cabo no interior do conector, que levou ao rebaixamento da rede aérea, atingida por um trem durante a viagem de inspeção para a liberação da via. O incidente danificou 1 quilômetro dos cabos do sistema que alimentava os trens entre as Estações Mangueira e Ipiranga.

Já por volta das 6h16 do dia 22 de agosto foi a vez dos passageiros da Linha Sul enfrentar transtornos para chegar até seus compromissos: após uma uma falha na alimentação de energia um trem parou entre as estações Tancredo Neves e Shopping e impediu a circulação de outros modais. O serviço só foi normalizado por volta das 10h20 daquele dia.

Na mesma semana, no dia 26 de agosto, um problema elétrico proximo à Estação Coqueiral paralisou o ramal Camaragibe por volta das 10h50. No dia seguinte, com o ramal Camaragibe ainda sem funcionar, o ramal Jaboatão também apresentou problemas e todo o serviço da Linha Centro foi paralisado. Segundo a CBTU, uma pane elétrica no ramal Jaboatão foi causado por uma rede de pesca ter sido jogada em cima do trem envolvido na quebra da rede área, possivelmente em um ato de vandalismo.

Um problema na rede aérea paralisou o trecho entre as estações de Camaragibe e Coqueiral no dia 5 de setembro. Com isso apenas o ramal Jaboatão e as linhas Sul e diesel funcionaram naquele dia.

Terceiro aumento da passagem

O terceiro reajuste no valor da passagem foi realizado no dia 8 de setembro quando os passageiros passaram a pagar R$ 3 pelo bilhete.  Mesmo com a gradativa série de aumento de passagens os passageiros continuaram a viver com problemas na estrutura do serviço oferecido e com a falta de segurança. No dia 15 de outubro uma mulher de 47 anos foi baleada na estação Joana Bezerra, plataforma Jaboatão/Camaragibe, por volta das 21h35. Na ocasião o gerente e Policiamento Ferroviário da CBTU informou que as câmeras identificaram um desentendimento entre um grupo de seis pessoas. "Algumas desceram a via (ferroviária) e aí houve uma troca de tiros. Na confusão, a vítima foi atingida. Ela estava sentada e levantou-se no momento do disparo", contou na época.

Quarto aumento do bilhete

O último aumento da passagem no ano de 2019 ocorreu no dia 3 de novembro quando a tarifa passou a custar R$ 3,40. O último reajuste da passagem no ano de 2019 ocorreu no dia 3 de novembro quando a tarifa passou a custar R$ 3,40. Pouco tempo após o aumento, no dia 7 de novembro, a linha Centro do metrô amanheceu com todas as estações fechadas. De acordo com a CBTU, isto aconteceu devido ao rompimento de um cabo de alimentação de energia entre as estações Recife e Joana Bezerra.

Já no dia 12 de dezembro um trem apresentou um problema na estação Joana Bezerra. O problema no freio ocorreu por volta das 8h e e afetou a operação da Linha Sul até por volta das 8h40. Na ocasião os passageiros desceram do trem e andaram pelos trilhos.

Quatro dias depois, em 16 de dezembro, os passageiros da Linha Sul voltaram a enfrentar problemas ao utilizar o metrô do Recife. Mais uma vez ocorreu um problema com um trem entre as estações Recife e Joana Bezerra que aumentou o intervalo entre as composições nas estações Recife, Joana Bezerra, Largo da Paz e Imbiribeira.

Na manhã do dia 19 de dezembro os passageiros que utilizam o ramal Jaboatão encontraram as estações fechadas. Segundo a CBTU, isto aconteceu, porque houve um problema perto da Estação Jaboatão e, por isso, o trecho entre Coqueiral e Jaboatão precisou ser interditao para manutenção. O serviço voltou a funcionar normalmente no mesmo dia.

Quinto e penúltimo aumento

O penúltimo aumento escalonado da passagem foi realizado no dia 5 de janeiro de 2020. De R$ 3 a tarifa passou a custar R$ 3,40. Mesmo com a chegada do ano novo, os problemas do ano velho voltaram a se repetir. Uma manutenção feita na linha Centro a partir das 21h do dia 11 até as 12h do dia 12 de janeiro fez com que houvesse um maior intervalo entre os trens durante o período.

Já na manhã do dia 15 de janeiro um problema nos fios nas imediações da Estação Joana Bezerra fez com que a circulação de trens parasse completamente nas Linhas Centro e Sul.

Mais um dos incansáveis imprevistos apresentados pelo serviço de trens causou transtorno para quem utilizou as Linhas Centro e Sul na manhã do dia 12 de fevereiro: um problema no sistema de sinalização das vias forçou os trens a trafegarem em velocidade reduzida.

No dia seguinte, 13 de fevereiro, uma falha elétrica provocou a paralisação de um trem na Linha Sul, entre as estações Aeroporto e Tancredo Neves. Devido ao problema, as estações da Linha Sul operaram em via única.

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