Atualizada às 23h05 do dia 20/05/2020
O Governo de Pernambuco afirmou nesta quarta-feira (20) que recebeu "com preocupação" as novas orientações do Ministério da Saúde (MS) sobre a utilização da hidroxicloroquina e cloroquina para o tratamento do novo coronavírus (covid-19). O novo protocolo do Governo Federal libera o uso do medicamento no SUS para os casos mais leves da covid-19. Até então, era indicado apenas para a forma grave da doença. Na rede pública estadual, a decisão de prescrever ou não os medicamentos continuará sendo do médico, a depender de cada caso.
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De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES), a preocupação se dá porque a própria publicação do MS, assim como a Organização Mundial de Saúde (OMS), deixa claro que os medicamentos não têm eficácia comprovada contra a doença e o uso pode causar efeitos colaterais, como disfunção grave de órgãos, incapacidade permanente e até óbito. "Além disso, mais de 20 especialistas de oito entidades médicas e instituições de Saúde do Brasil, como a Fiocruz e a Sociedade Brasileira de Infectologia, alertaram hoje para a inexistência de benefícios da cloroquina no tratamento da doença", diz nota divulgada pela SES.
A pasta argumenta ainda que as novas orientações foram apresentadas pelo governo federal sem um plano específico de abastecimento dos serviços do SUS. "A estimativa é que as unidades de saúde do Estado, incluindo as das redes municipais, precisarão de mais de 1 milhão de comprimidos, só neste mês de maio - número muito superior às 186 mil capsulas enviadas, desde março, pelo Ministério da Saúde", pontua o comunicado.
O Estado destacou que a prescrição do medicamento será feita de acordo com indicação do profissional de saúde que atender cada caso. "Desta forma, não há proibição, impedimento ou determinação contrária a que médicos pernambucanos prescrevam qualquer medicamento no tratamento do coronavírus", explica a SES.
O posicionamento da Secretaria de Saúde de Pernambuco segue a linha do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), que, em nota, destacou que as novas orientações quando ao uso dos medicamentos são de única responsabilidade do Ministério da Saúde. O conselho afirma que cabe ao médico a decisão, conforme já dispôs o Conselho Federal Medicina no Parecer 04/2020.
A nota divulgada pela Conass questiona o governo federal sobre as prioridades no combate à pandemia. "Por que estamos debatendo a Cloroquina e não a logística de distanciamento social? Por que estamos debatendo a Cloroquina ao invés de pensar um plano integrado de ampliação da capacidade de resposta do Ministério da Saúde para ajudar os estados em emergência?", diz um trecho da nota, que pede unidade de forças em torno de um único projeto para buscar soluções "apoiadas em evidências sólidas."
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura do Recife para apurar se o protocolo será utilizado na rede municipal de saúde, mas, até a publicação desta matéria, não obteve retorno da Secretaria de Saúde. O espaço segue aberto para resposta da prefeitura.
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Coronavírus é uma família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus foi descoberto em 31/12/19 após casos registrados na China.Os primeiros coronavírus humanos foram isolados pela primeira vez em 1937. No entanto, foi em 1965 que o vírus foi descrito como coronavírus, em decorrência do perfil na microscopia, parecendo uma coroa.
A maioria das pessoas se infecta com os coronavírus comuns ao longo da vida, sendo as crianças pequenas mais propensas a se infectarem com o tipo mais comum do vírus. Os coronavírus mais comuns que infectam humanos são o alpha coronavírus 229E e NL63 e beta coronavírus OC43, HKU1.
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão: