A Polícia Civil de Pernambuco continua investigando a morte do menino Miguel Otávio, que tinha cinco anos. No último dia 2 de junho, ele caiu do 9º andar do Condomínio Píer Maurício de Nassau, localizado no bairro de São José, na área Central do Recife. Até esta sexta-feira (19), o delegado Ramon Teixeira, responsável pelo caso, ouviu depoimentos de duas pessoas que estavam no local no momento do acidente - ambas compareceram à delegacia de Santo Amaro no dia 12 de junho.
>> "Perdoar seria matar o Miguel novamente", diz Mirtes Renata em carta para Sarí Côrte Real
Miguel era filho de Mirtes Renata Santana de Souza, empregada doméstica de Sarí Côrte Real, esposa do prefeito de Tamandaré, Sérgio Hacker (PSB). Mirtes havia deixado o filho sob a responsabilidade da patroa e desceu para passear na rua com o cachorro da família. Ao voltar para o prédio, ela se deparou com o filho praticamente morto. Miguel morreu no Hospital da Restauração. Para a mãe de Miguel, faltou paciência da patroa com o filho.
Os depoimentos ouvidos pela polícia foram o da manicure identificada apenas como Eliane, que atendia Sarí em casa, no momento do acidente, e um funcionário do condomínio, o gerente de operações Thomaz Silva.
>> Manicure depõe e diz que estava aguardando ser chamada pela polícia
>> Caso Miguel gera projetos relacionados a segurança de crianças em condomínios em Pernambuco
>> Em vídeo contra o racismo, Porta dos Fundos homenageia menino Miguel e Marielle Franco
No dia do acidente, Sarí foi autuada em flagrante, mas não ficou presa. Pagou R$ 20 mil de fiança e foi liberada pela polícia. Ela ficou em silêncio tanto diante da polícia quanto dos jornalistas. Havia a expectativa de que a primeira-dama de Tamandaré fosse prestar depoimento na última segunda-feira (15), mas ela não compareceu.
>> Nome de Sarí Corte Real foi cadastrado para solicitar auxílio de R$ 600 no dia 14 de maio
Apenas Pedro Avelino, advogado de Sarí, foi à delegacia para ter acesso aos depoimentos de pessoas que já foram ouvidas pela Polícia Civil até o momento. Segundo o advogado, sua cliente foi instruída a ficar em silêncio no dia do acidente. "No dia da prisão em flagrante, ela ficou bastante surpresa e muito abalada, e recebeu uma orientação do advogado que a instruiu por telefone a permanecer em silêncio. Após a nossa contratação, colocamos à polícia que, quando achar necessário ouvir, ela está à disposição", afirmou na ocasião.
>> Advogado esclarece motivo para Sarí ainda não ter prestado depoimento
>> Prefeito de Tamandaré diz que carta que circula na internet é falsa
O condomínio onde Miguel morreu já passou por três perícias desde o último dia 2 de junho. Ainda não há informações de quando os laudos serão entregues ao delegado. Em nota enviada à reportagem do Jornal do Commercio, a Polícia Civil afirmou que "segue com as investigações do caso e só irá se pronunciar após a conclusão do inquérito".
Comentários