Mesmo em tempos de pandemia do coronavírus, a educação pode exigir que o aluno aprenda botando a mão na massa. Desta forma, para o ensino profissional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), os cursos que exigem etapas presenciais serão retomados seguindo as recomendações e melhores práticas de órgãos internacionais e nacionais para orientar o retorno seguro à escola.
Para isso, o Senai elaborou um protocolo com critérios de saúde e segurança a serem seguidos, além de reforçar a necessidade de se seguir as normas das autoridades sanitárias do município e da unidade da Federação em que estão localizados.
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O documento do Senai foi elaborado por médicos do trabalho, epidemiologistas, engenheiros de saúde e segurança no trabalho, psicólogos e outros especialistas.
"O SENAI tem um vasto portfólio de cursos EaD que estão sendo utilizados juntos aos alunos. Porém, nossos cursos técnicos exigem momentos presenciais, então, vamos fazer isso de forma gradual, e da forma mais segura possível”, explica Felipe Morgado, gerente-executivo de Educação Profisssional do SENAI. “A continuidade da formação dos técnicos é de grande importância para a indústria enfrentar os desafios da retomada e o SENAI vai seguir preparando os profissionais com as melhores práticas em cuidados com a saúde de nossos alunos", diz o documento.
Antes da retomada, o Senai deve fazer uma pesquisa interna para detectar quais são os grupos de risco e quais realmente poderão voltar às atividades presenciais. As escolas também precisam identificar os cursos que devem ser priorizados na retomada gradual das aulas, levando em consideração as áreas que mais necessitam do momento presencial, como eletrotécnica, mecânica, automação industrial, entre outras que possuem etapas presenciais obrigatórias.
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Os alunos deverão seguir regras como não usar bijuterias nem adereços de metal, além de usar o cabelo preso e serão orientados a levar o próprio “Kit aluno covid-19” com álcool gel (especialmente durante ou após o deslocamento para a escola), recipiente próprio para beber água, de uma a duas máscaras para trocar durante o período dentro da escola, lenço umedecido para higiene pessoal, e saquinho de lixo para colocar os produtos que manuseou e precisa descartar.
As aulas em oficinas e laboratórios, as escolas deverão realizar mudanças físicas nos ambientes para que o distanciamento de dois metros entre instrutores e alunos seja respeitado. Nas salas de informática, por exemplo, as mesas que eram para duplas, deverão ser ocupadas por uma só pessoa. Assim, as turmas terão apenas a metade de alunos do que o espaço costumava abrigar antes da pandemia.
De acordo com a diretora de Educação do Senai Pernambuco, Carla Abigail, esta ação é do Senai nacional que orienta para as unidades de todo o Brasil se organizem com os protocolos para a reabertura em cada Estado. "Mas fica a critério do governo local com a liberação. Até agora, o nosso governo determinou que até 31 de julho nenhuma escola abre, tanto no ensino regular, quanto no profissional, que é o nosso caso. Estamos aguardando porque a liberação está sendo gradativa".
Abigail informou que independente da data que o governo libere a reabertura, o Senai Pernambuco já está preparado para a volta. "As nossas aulas teoricas continuarão online e o aluno vem para o Senal fazer as aulas práticas que, no nosso caso, todos os cursos têm aulas práticas, já que é educação profissional. As práticas serão agendadas para que não traga todos os dias a mesma turma, vamos alternar e a depender do número de alunos de cada turma, ela será dividida", explicou.
Carla fez questão de ressaltar que as precauções de rotina das escolas também estão mapeadas. "A triagem, termômetro na entrada para aferir a temperatura, tapete de higienização dos ambientes, álcool em gel, todo o monitoramento dos alunos e colaboradores estão sendo feitos. Só estamos aguardando a liberação do governo do Estado".
Entre as orientações, as escolas precisarão definir como será a interação entre o aluno e o instrutor, com o objetivo de assegurar o distanciamento sem prejudicar o aprendizado. Além disso, é preciso definir os cuidados com pessoas com deficiência. Não é recomendado o uso de material em braile para os deficientes visuais.
Além dos cuidados com desinfecção e limpeza, as escolas deverão colocar cartazes com informações orientativas em ambientes coletivos. Estes locais deverão ser higienizados a cada duas horas. As estações de trabalho também devem ser desinfectadas antes e depois das aulas.
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Catracas devem ser desativadas e será preciso identificar com faixas o distanciamento e corredores. Só poderá entrar uma pessoa por vez nos banheiros coletivos, que deverão ficar com a porta principal aberta para identificar que não há usuário. As torneiras com distância menor que dois metros entre elas deverão ser inutilizadas.
Os bebedouros só poderão ser usados para encher garrafas, que cada aluno deverá trazer de casa. Dependendo do curso, as escolas deverão fazer marcações no chão ou até barreiras físicas entre os alunos, no intuito de manter os dois metros de distância de afastamento.
Uma equipe médica deverá monitorar a temperatura de alunos e colaboradores. No caso de diagnóstico, o colaborador com coronavírus será afastado, e a recomendação é de que o restante da equipe que teve contato com o membro contaminado também cumpra home office pelos próximos 14 dias.