Na Feirinha de Boa Viagem, no bairro de mesmo nome, na Zona Sul do Recife, o primeiro dia de reabertura das barracas de artesanato, nesta quinta-feira (16), após quatro meses fechadas, teve uma mistura de arrumação e expectativa por parte dos barraqueiros. Eles estavam ansiosos para vender, mas os clientes apareceram em pequena quantidade. Uma equipe da Prefeitura do Recife sinalizou o chão da praça onde acontece a feira, a fim de garantir o distanciamento mínimo de 1,5 metro, um dos itens do protocolo de retomada das atividades do setor.
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"É muito gratificante voltar a trabalhar. Durante o período que ficamos fechados, sobrevivi com a ajuda da família. Nem todos os comerciantes abriram hoje porque ainda estão se organizando. Aos poucos esperamos que tudo volte a ser como antes", comentou Priscila Rodrigues, que vende bijuterias na feirinha há mais de duas décadas.
As 136 barracas de artesanato e as 41 de outros comércios podem funcionar das 15h às 20h (antes da pandemia era das 16h às 22h). Os 27 quiosques de alimentos ainda não podem abrir. Segundo Priscila, a previsão é que a gestão municipal autorize esse grupo a partir da próxima semana.
"Vim de manhã para ajeitar a mercadoria. O dinheiro está acabando, o valor do auxílio emergencial não é suficiente. A gente achava mesmo que o movimento não seria tão bom no primeiro dia. Mas as pessoas podem vir tranquilas pois temos álcool em gel, estamos de máscaras, vamos seguir toda as regras que a prefeitura determinou", assegurou o artesão Jerônimo Fragoso.
Funcionários da Secretaria de Turismo do Recife acompanharam o funcionamento da feirinha e abordaram as pessoas, quando houve necessidade de lembrá-las do distanciamento mínimo. A autônoma Mércia Cruz, moradora da Iputinga, Zona Oeste da capital, foi com duas sobrinhas curtir a orla de Boa Viagem. Aproveitou para visitar as barracas. "Saímos para dar uma volta bem comportada, com todos os cuidados exigidos por causa do coronavírus", ressaltou.
O casal Laura e Paulo Costa, de São Paulo, também esteve na pracinha. "Estamos de férias e a viagem tinha sido planejada desde o ano passado. Resolvemos não perder. Soubemos da feirinha e viemos conhecer. Nosso desejo era comer tapioca, mas informaram que as barracas de comida ainda não estão liberadas ", afirmou Paulo.