Nesta segunda-feira (3), o governador de Pernambuco, Paulo Câmara, confirmou tendência de queda no número de vítimas da pandemia do novo coronavírus no Estado e ressaltou que as medidas de enfrentamento tomadas por Pernambuco salvaram mais de sete mil vidas. Até esta segunda, o Estado contabilizou o total de 6.669 vidas perdidas em decorrência da covid-19, desde o início da pandemia. Este número está bem abaixo do projetado pelo Instituto de Métricas e Avaliação da Saúde (IHME), da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, que em maio fez um estudo a pedido do Governo de Pernambuco e projetou 14 mil mortes até o início de agosto.
O governo de Pernambuco informou que, após analisar os dados, o mês de julho, que contou 891 óbitos, registrou menos mortes do que em junho (1.537), maio (3.124) e até mesmo abril (1.064). O quarto mês do ano foi quando houve uma aceleração maior da quantidade de casos no Estado.
Essa curva descendente de mortes mostra que chegamos ao início de agosto com mais de sete mil vidas salvas aqui no Estado. Abertura de leitos, distribuição de máscaras, isolamento social, além de um plano de convivência feito com muita responsabilidade são exemplos do nosso esforço, que contribuiu para contrariar a previsão dos especialistas americanos", declarou Paulo Câmara.
Mesmo diante dos números que promove esperança aos pernambucanos, o governador afirmou que ainda há um longo caminho no combate ao coronavírus. "Continuamos ampliando nossa capacidade de atendimento em todas as regiões do Estado. Não há vacina, nem medicamento de eficácia comprovada contra a Covid-19. Portanto, a prevenção permanece sendo a nossa melhor estratégia para reduzir a curva de contágio da doença", disse.
Por fim, o governador de Pernambuco reforçou que a melhor forma para reduzir a curva ainda é a prevenção. "Redobre os cuidados com a higienização das mãos, mantenha distanciamento social e se precisar sair de casa, use máscara o tempo todo", concluiu.
Quase cinco meses após a chegada do novo coronavírus em Pernambuco, os dados sobre casos (são quase 100 mil confirmados) e óbitos acumulados desde março já fornecem informações para traçar um panorama sobre os grupos de pessoas em que a covid-19 tem sido mais prevalente e letal. Assim como em outras localidades, despontam no Estado fatores como sexo, idade e raça que favorecem ou diminuem a chance do desenvolvimento de quadros mais severos da doença. Em Pernambuco, das mortes confirmadas até o sábado (1º) pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), os homens estão em maior número maior entre as vítimas fatais da covid-19, representando 55,2% (3.660) dos óbitos.
Um retrato sobre as mortes pelo novo coronavírus em Pernambuco ainda traz à tona que 72,1% das pessoas que não resistiram à doença eram pardas e outras 4,9% pretas. No Brasil, convencionou-se que negro é quem se autodeclara preto ou pardo. Dessa maneira, em Pernambuco, 77% dos que morrem são negros. Por outro lado, brancos representam 21,1% das vítimas fatais. Segundo dados atualizados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da população de 9,4 milhões de pessoas em Pernambuco, 5,7 milhões são pardas, 684 mil são pretas e 2,9 milhões são brancas.
E quando se analisa a faixa etária, aparece o que todos sabem desde o início da pandemia: os idosos permanecem entre os que mais têm probabilidade de agravar e morrer em decorrência da infecção. Do total de óbitos no Estado, 74,8% (4.965) tinham a partir de 60 anos. Ainda entre esse grupo, constata-se que, com o avançar da idade, maior é o número de idosos que não resistiram às complicações do vírus. Dos 4.965 que morreram em Pernambuco, 30% tinham de 60 a 69 anos; 34% de 70 a 79 anos; 36% faziam parte da faixa etária a partir de 80 anos.