JC
Publicado em 09/09/2020 às 9:19
Diversos motoristas de aplicativos da Região Metropolitana do Recife realizam ato na manhã desta quarta-feira (9) para pedir reajuste de tarifas nas plataformas Uber, 99 e InDriver. Segundo a categoria, representada pelo líder do protesto e presidente licenciado da Associação de Motoristas de Aplicativo de Pernambuco (AMAPE), Thiago Silva, essa demanda não é nova: “Os motoristas reclamam que, há 4 anos e meio, a tarifa do transporte por aplicativos só fez diminuir, enquanto tudo aumentou”, diz.
A mobilização começou no WhatsApp, com a hashtag #ReajusteJá, se espalhando por grupos de motoristas. O distanciamento social e o uso de marcará é obrigatório durante todo o percurso do protesto. A passeata se concentrou no Posto Dislub, próximo ao Shopping Tacaruna. Os motoristas que participam do protesto e seguiram em direção à Sede da Uber, em Santo Amaro, pleiteiam um aumento na tarifa do custo por quilômetro rodado e do tempo de uma corrida em, pelo menos, 20%.
"As empresas aumentaram seu faturamento e chegaram a ganhar mais de 40% com as corridas. Enquanto isso, nossos gastos só fizeram aumentar sem nenhum tipo de compensação”, comenta Thiago. Ainda, reforçou que "o preço do combustível subiu consideravelmente e a tarifa do aplicativo seguiu o caminho contrário". Para Thiago, isso impacta diretamente no rendimento do motorista, que passa a ter corridas de valores muito baixos, justamente porque as tarifas estão defasadas. " Defendemos também a criação de um fundo fixo, por viagem, para a manutenção dos veículos", afirma Thiago.
Mas, antes de chegarem ao destino final, onde pretendem negociar com a empresa, parte dos motoristas vão realizar uma doação de sangue no Hemope, localizado nas Graças. O motivo é uma forma de analogia à função: “A gente é muito sacrificado no cotidiano e dá muito sangue pela nossa atividade, então, nada mais justo do que fazer isso pelos outros também, principalmente em um momento de necessidade como esse. É uma forma de chamar atenção da sociedade para isso também”, explica o líder. Os motoristas que doarem aguardam o tempo de 1h depois da doação e para poderem dirigir
Ainda, sobre as dificuldades que os motoristas enfrentaram durante a pandemia e a queda nas viagens, Thiago afirmou que não foi recebido auxílio das empresas. “Na Uber havia um auxílio para motoristas que fossem contaminados, mas até para receber era muito burocrático e muitos ficaram de fora”, relata Thiago.
A Uber afirmou que "opera um sistema dinâmico e flexível que busca equilibrar as necessidades de motoristas parceiros à realidade dos usuários que utilizam a plataforma todos os dias". Sobre a pandemia, também elencou diversas medidas tomadas pela empresa, entre eles:
Assistência financeira: o motorista ou entregador parceiro diagnosticado com COVID-19 ou que fizer parte do grupo de risco poderá solicitar assistência por até 14 dias mediante apresentação de atestado médico solicitando seu isolamento;
Vale Saúde: uma parceria com o Vale Saúde que oferece para todos os nossos parceiros descontos em consultas médicas em rede de atendimento privada;
Telemedicina: motoristas da Uber no Brasil têm a opção de utilizar o serviço de orientação médica online do Hospital Israelita Albert Einstein;
Suprimentos de limpeza: parceiros podem solicitar reembolso para itens como álcool em gel e máscaras;
"A 99 acompanha os protestos em Recife (PE) e destaca que está sempre aberta ao diálogo com os motoristas parceiros. A empresa esclarece que a remuneração na plataforma leva em conta duas variáveis: distância percorrida e tempo de deslocamento, além de uma tarifa base mínima. Não procede que o percentual cobrado pela 99 seja de 40%. O valor varia de acordo com a demanda e perfil da corrida, mas a plataforma pratica as menores taxas do setor.
Desde o início da pandemia, a 99 focou seus esforços e recursos para promover ações de prevenção aos motoristas parceiros e passageiros e na geração de demanda para ampliar os ganhos, como a doação de R$ 4 milhões em corridas aos governos de dezenas de cidades do Brasil, Recife foi contemplada, onde 100% do valor da corrida era repassado ao motorista.
Neste momento de reabertura das cidades, eventuais alterações nos preços praticados na plataforma poderão significar redução na demanda de passageiros, uma vez que o país registra uma retração de 9,7% no PIB no segundo trimestre deste ano e o aumento de itens básicos, como arroz e óleo de soja. Com menos chamadas, a renda dos motoristas parceiros também é reduzida. Por isso, a prioridade é a geração de ganhos por meio da oferta de novos produtos e serviços para a sociedade. Isso significa investir ainda mais em tecnologia, novas funcionalidades, equipes de apoio, promoções e mecânicas para gerar ainda mais demanda.
A 99 conta ainda com o SOMOS, um programa de fidelidade para motoristas parceiros presente nas 13 maiores cidades do país que reconhece o bom desempenho dos condutores e promove ações de capacitação em educação financeira, cultura local, direção defensiva, entre outros; além de oferecer parcerias, benefícios e vantagens exclusivas como descontos em consultas médicas, postos de gasolina, universidades, restaurantes, lava jatos e oficinas mecânicas e serviços como recurso de multas e reciclagem da CNH."