Decisão de retomada divide os especialistas

Cinthya Leite
Publicado em 22/09/2020 às 2:00


Ponto mais complexo do plano de convivência com a covid-19, a retomada das aulas presenciais na educação básica tem sido permeada de argumentos científicos de especialistas que são contra e a favor do retorno às escolas durante a pandemia. Para o médico Eduardo Jorge Fonseca, vice-presidente da Sociedade de Pediatria de Pernambuco, os indicadores atuais oferecem condição para a volta às aulas dos estudantes do ensino médio. "O momento é apropriado para esse retorno, e acredito que o Estado tomou a decisão correta. Precisamos, no entanto, continuar acompanhando o cenário epidemiológico e manter a vigilância. Rastrear os casos suspeitos na escola para testá-los é essencial. Além disso, todos os contatos da sala de aula e familiares destes também devem fazer o exame", orienta.

O pediatra destaca que a identificação precoce de alunos possivelmente infectados (e demais pessoas da comunidade escolar) é essencial para se fazer bloqueio (isolamento) em tempo oportuno e saber quem certamente deve ter iniciado a cadeia de transmissão do vírus.

Na opinião do médico sanitarista Tiago Feitosa de Oliveira, a volta às escolas neste momento pode representar um risco de aumentar o número de casos do novo coronavírus. "Observamos que, por parte do Estado, houve uma justificativa baseada em cenários de outros países. Mas a situação do Brasil é diferente. Pernambuco, por exemplo, continua tendo uma morte por hora pela covid-19, com tendência de queda, mas patamar ainda elevado", frisa.

Para ele, especialmente quando se trata das escolas públicas, é preciso pensar nos ambientes das instituições. "Houve adaptação na ventilação das salas? E como está o acesso a banheiros e a refeições? O que foi feito para essa retomada de forma segura? São questões a se considerar", completa.

 

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