A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (27) a Operação Frígia, com o objetivo de combater uma organização criminosa envolvida com garimpo ilegal no Sertão de Pernambuco. São cumpridos 13 mandados de busca e apreensão e dez mandados de prisão, sendo três destes em desfavor de policiais militares, já afastados de suas funções, que atuavam na atividade criminosa, outro contra um vice-prefeito que dava suporte aos criminosos e o afastamento das funções de um policial federal. Foi constatado que alguns pagamentos pelos serviços realizados em favor do garimpo eram feitos através de verbas da Prefeitura Municipal de Serrita.
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A atividade criminosa consistia na extração de minérios em terrenos públicos e particulares, localizados na Zona Rural de Verdejante, com o consequente beneficiamento, que era realizado no município de Serrita, e, por fim, a comercialização do ouro. Segundo a corporação, o dinheiro da venda era colocado em circulação, com aparência de legalidade, através da aquisição de veículos e outras condutas.
As medidas são cumpridas nos endereços dos acusados, localizados em Serrita e em São José do Belmonte, ambas no Sertão de Pernambuco; em Igarassu, na Região Metropolitana do Recife; e em duas cidades do Ceará, Juazeiro do Norte e Jardim. Segundo a PF, há fortes indícios que os suspeitos integram a Organização Criminosa, envolvendo agentes públicos e particulares, financiadores, refinadores de minério e receptadores.
Todo o material apreendido está sendo levado para a sede da PF no Recife. “Encontramos vasto dinheiro, que ainda está sendo contabilizado. A gente acredita que esse dinheiro é da manufatura que eles fazem do ouro que retiravam de Verdejante e, também, dinheiro que pode ter sido desviado da prefeitura, visto que já foi constatado na investigação que dinheiro da prefeitura era usado para pagar esses trabalhadores do garimpo e legal e para compra do combustível. Também foi apreendido todo o material que eles utilizavam para confecção do ouro”, afirmou Giovani Santori, chefe de comunicação da PF.
A Operação contou com a participação de 57 policiais federais e foi oriunda de uma investigação conjunta realizada entre a Delegacia de Polícia Federal em Salgueiro e o Ministério Público Federal. Os crimes que estão sendo imputados aos suspeitos são os previstos no art. 2° da Lei n.º 8.176/91 (usurpação de bens da União), artigos 54 e 55 da Lei n.º 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais), art. 1° da Lei n.º 9.613/98 (Lei de Lavagem de Capitais) e art. 2° da Lei n.º 12.850/13 (Lei de Organização Criminosa), cujas penas ultrapassam os 20 anos de reclusão, além de multa.
“Essa operação teve repercussão devido a uma outra operação que a Polícia Federal deflagrou no dia 13 de agosto, e conseguimos levantar subsídios suficientes para poder estar solicitando à Justiça Federal os mandados de prisão e os de busca e apreensão”, disse Santori.