Com procuração falsa, advogado é suspeito de sacar R$ 4 milhões de cliente no Recife

O advogado teria apresentado uma Procuração Pública lavrada no Cartório de Moreno, com base em um documento de identidade falsificado. Foi a partir desta procuração que ele conseguiu sacar a quantia
Vanessa Moura
Publicado em 05/11/2020 às 8:51
A Polícia Federal investiga o crime desde outubro deste ano Foto: Marcello Casal JrAgência Brasil


A Polícia Federal (PF) em Pernambuco investiga um advogado residente do Recife, suspeito de sacar R$ 4 milhões pertencentes a uma cliente, com a procuração falsificada. Quatro mandados de busca e apreensão, além de bloqueio de contas bancárias, sequestro de imóveis e afastamento de sigilo bancário e fiscal de pessoas físicas, foram cumpridos na última quarta-feira (04), nos municípios de Recife e Moreno, na Região Metropolitana. As medidas cautelares fazem parte da operação "4 milhões", que tem como objetivo o combate ao estelionato, associação criminosa, lavagem de dinheiro e constituição de organização criminosa. 

"Foram quatro mandados de busca e apreensão, três em residência de outros suspeitos, e também na própria residência dele [o advogado investigado], onde os policiais encontraram documentos e mídias de computador, que irão subsidiar as investigações que estão em andamento", explicou o Chefe de Comunicação da Polícia Federal, Giovanni Santoro.

A investigação teve início em outubro deste ano, quando a Caixa Econômica Federal (CEF) descobriu a realização do golpe. O advogado teria apresentado uma Procuração Pública lavrada no Cartório de Moreno, com base em um documento de identidade falsificado. Foi a partir desta procuração que ele conseguiu sacar a quantia. 

Além do advogado, a operação realizada pela PF busca identificar os demais membros desta suposta organização criminosa. Outros possíveis precatórios sacados de forma fraudulenta, bem como o destino dos valores desviados, também estão sendo investigados. Caso sejam identificados e condenados, os criminosos podem pegar penas que chegam a 30 anos de reclusão.

De acordo com Giovani Santoro, a PF chegou a pedir a previsão preventiva do suspeito, mas teve o pedido negado pela Justiça Federal.  "É uma decisão que não se discute, mas a Polícia Federal está realizando todos os esforços para que a partir desse material coletado, possa solicitar novamente a prisão preventiva desse advogado, tendo em vista que ele utilizou de uma procuração, através de uma identidade falsa, e conseguiu amplos poderes para atuar em nome dessa senhora que tinha direito ao valor de R$ 4 milhões em precatórios, e ele sacou esse dinheiro e começou a transferir para outras contas", disse.

Agora, a PF, com o auxílio da Caixa Econômica, inicia um processo para buscar recuperar o dinheiro extorquido nas contas bancárias que foram utilizadas no golpe. Além disso, os bens pessoais do advogado foram bloqueados e confiscados afim de que se possa realizar a penhora. "Os bens desse advogado já foram bloqueados, como as contas e os imóveis. A gente vai ver se esses bens são penhorados para que essa senhora possa, numa esfera maior, conseguir pelo menos parte desse dinheiro, se não conseguir sua totalidade", completou o representante da PF. 

 

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