Matéria atualizada às 11h55.
A nova estratégia da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) com o objetivo de diminuir o intervalo médio entre os trens na Linha Sul de 25 para 12 minutos, entrou em vigor às 5h desta quinta-feira (26). Agora, dois trens pendulares estarão trafegando exclusivamente no trecho entre as estações Recife e Largo da Paz. Assim, os passageiros que vierem das demais estações da Linha Sul, precisam descer na Estação Largo de Paz e pegar o novo trem pendular. Apesar do tempo de espera entre os trens ter diminuído, o tumulto registrado na baldeação dos passageiros de um trem para o outro foi grande.
"Nós sabemos que é um transtorno descer de um trem para pegar outro, mas o que a gente fez com essa operação foi diminuir a imobilidade das pessoas. As pessoas estavam esperando 25 minutos ou até meia hora nas estações da Linha Sul devido ao problema na Linha 1. Então fizemos essa transferência. Agora as pessoas não estão demorando nas estações, estamos dando mais viagens, possibilitando trens até mais vazios", explicou Salvino Gomes, que é Gerente de Comunicação da CBTU.
Por conta da mudança, muitos passageiros ainda têm dúvidas sobre a troca de veículos, o que acaba dificultando o processo e gerando aglomerações. Para o passageiro José Maurício, a mudança foi motivo de transtorno. "Ninguém sabia de nada. Eles começaram a falar somente da Imbiribeira pra cá [Largo da Paz], que nós teríamos que descer e trocar de trem", disse.
De acordo com Salvino Gomes, os maquinistas dos trens tem orientado os passageiros sobre a troca de veículos, explicando que a situação é apenas transitória, mas muitos não prestam atenção ou não escutam.
"Nós temos uma comunicação com os maquinistas e os maquinistas tem comunicação com os passageiros. Nossa comunicação interna funciona, mas infelizmente existem alguns passageiros que estão de fone de ouvido ou realmente não ouvem, mas a informação está sendo passada o tempo inteiro. Na própria estação estamos informando a anormalidade. Colocamos cartazes, estamos divulgando nas nossas redes sociais e é importante que as pessoas prestem atenção."
A estratégia com trens pendulares acontece por conta de um desalinhamento na Estação Largo da Paz, na última sexta-feira (20), que fez com que a linha operasse em via singela (quando apenas uma via é usada pelos trens nos dois sentidos), o que tem provocado atrasos.
De acordo com Salvino, a companhia tem se empenhado para resolver o problema e logo estará finalizando a reconstrução da via que foi danificada, de cerca de um quilômetro, na Linha Sul. Por enquanto, os técnicos continuam os trabalhos de troca das estruturas que compõem os trilhos. Ainda não há prazo para conclusão do serviço.
"Praticamente estamos refazendo uma linha férrea entre Joana Bezerra e Largo da Paz, é um serviço muito técnico e muito detalhado", informou o porta-voz.
Na sexta-feira (20), o terceiro vagão dos quatro que fazem parte da composição de um trem não conseguiu alinhar corretamente aos trilhos ao chegar na plataforma e cedeu levemente, gerando o princípio de descarrilamento. Segundo a assessoria de imprensa da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU Recife), o trem conseguiu se manter na plataforma e os passageiros desembarcaram com segurança, sem vítimas acidentadas.
Na ocasião, técnicos chegaram ao local para apurar as causas do incidente, mas a conclusão da perícia permanece sem previsão. O grupo não descarta que o má funcionamento tenha sido provocada por vandalismo. "Pode ter sido problema com trem, questão com trilho, pode ter sido uma situação de roubo de presilha - última possibilidade que a gente está trabalhando", contou Salvino Gomes.
De acordo com o representante, a situação é inédita. "Em 35 anos, nunca vi uma ocorrência dessa", comentou.
Em março deste ano, a passagem do metrô chegou a R$ 4. O reajuste fez parte de uma série de seis aumentos escalonados que tiveram início em abril de 2019, quando o bilhete deixou de custar R$ 1,60. Somados, os acréscimos significaram uma alta de 150% no preço. À época, a CBTU justificou que a atualização evitaria a paralisação do sistema, que operava em déficit financeiro. O valor não era atualizado havia seis anos.