Em carta aberta, família de dentista morta pede a ex-companheiro dela que ajude a polícia
Emelly Nayane da Silva Ribeiro, 24 anos, morreu na última segunda-feira (22), em Paulista, no Grande Recife
Com informações de Mônica Ermírio, da TV Jornal
A família da dentista Emelly Nayane da Silva Ribeiro, que morreu na última segunda-feira (22), aos 24 anos, em Paulista, no Grande Recife, reuniu a imprensa para divulgar uma carta aberta ao ex-companheiro dela. Emocionado, o pai da jovem, Ely dos Santos Ribeiro, leu o texto, nesta sexta-feira (26), pedindo ao homem que ajude a polícia a entender o que aconteceu.
"Você e Emelly sozinhos no apartamento. Seu celular e o dela não recebiam chamadas a tarde toda e, no final, só a minha filha aparece sem vida no hospital. O que aconteceu? Por que você não ligou? Por que você não ficou no hospital para esclarecer?", indagou o pai da dentista.
A família acredita que o ex-companheiro matou Emelly. A Polícia Civil, até o momento, classifica o caso como "morte a esclarecer". A mãe da dentista, Josymeri Bento, contou à imprensa que o ex-marido de Emelly, um comerciante de 24 anos, não aceitava o fim do relacionamento. "Ele queria recomeçar e, como ela não aceitou, ele matou minha filha", declarou. "Minha filha era linda, ele interrompeu [a vida dela]. Ela queria estudar, trabalhar e criar o filho dela. Eu quero que o juiz tome providência, porque eu moro no Brasil e quero Justiça", desabafou. O casal tinha um filho de 2 anos.
O último contato entre mãe e filha foi no último domingo (21), quando a dentista saiu para a casa do ex-marido, em Maria Farinha, porque ele estaria doente. Josymeri contou que recebeu a informação de que a filha e o suspeito teriam se desentendido. Ela, então, ficou preocupada, mas só conseguiu descobrir notícias sobre Emelly às 18h do dia seguinte. Logo depois, soube do falecimento.
- Homem é autuado em flagrante por tentativa de feminicídio na Zona Oeste do Recife
- Suspeito de espancar companheira durante festa em Jaboatão é autuado por tentativa de feminicídio
- Mulher é vítima de feminicídio na Zona da Mata de Pernambuco
- Pernambucana e amiga são vítimas de feminicídio no Pará
- Pelo menos quatro mulheres foram vítimas de feminicídio em Pernambuco no último fim de semana
- Mulher é vítima de feminicídio em Jaboatão, no Grande Recife
Segundo familiares, Emelly foi levada pelo ex-sogro na segunda-feira (22) até um hospital de Paulista, na Região Metropolitana do Recife (RMR), mas já chegou sem vida à unidade de saúde. Os médicos desconfiaram do estado da vítima, que estava com marcas no pescoço. Por isso, acionaram a Polícia Militar, e o corpo foi levado para o Instituto de Medicina Legal (IML).
O laudo do IML apontou que a causa da morte da dentista teria sido asfixia por esganadura, Com isso, a Polícia Civil solicitou exames complementares para que, assim a causa real da morte de Emelly fosse esclarecida.
"A nossa expectativa é de que saia o resultado desses exames. O delegado pediu celeridade, tendo em vista que foi um caso muito complexo, e a gente acredita que saia antes do prazo legal, que seria um prazo de dez dias", falou o advogado da família, Ewerton Tauan.
Investigação
O caso está sendo investigado pelo delegado Augusto Cunha. Em nota divulgada nessa quarta-feira (24), a Polícia Civil informou que "após os resultados das perícias, que já estão sendo feitas e concluídas, e ao término das ouvidas de testemunhas relacionadas, será definida a causa jurídica da morte".
A polícia também pediu que quem tiver qualquer informação sobre o caso, que possa ajudar nas investigações, procure a delegacia.
Leia a nota da Polícia Civil
A Polícia Civil está investigando uma morte a esclarecer ocorrida na noite da segunda-feira (22), num hospital de Paulista. A vítima era uma mulher de 24 anos de idade. Após os resultados das perícias, que já estão sendo feitas e concluídas, e ao término das ouvidas de testemunhas relacionadas, será definida a causa jurídica da morte. As investigações seguirão até a completa elucidação do ocorrido e solicitamos a ajuda da sociedade a fim de chegarmos a uma conclusão. Quem tiver qualquer informação relevante sobre o caso, que possa ajudar nas investigações, deve procurar a 7ª DPHMN.