Atualizada em 08/02
Após classificar a morte da enfermeira Adriana Frade, de 24 anos, como um "acidente", o Hospital dos Servidores do Estado de Pernambuco (HSE) informou que os fatos e circunstâncias que envolveram o óbito serão investigados.
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Em nota, a instituição esclareceu que a jovem fez uso de medicação intravenosa, que levou a graves consequências no estado de saúde. O hospital ainda disse que o corpo clínico adotou os procedimentos possíveis para salvar a vida de Adriana, mas que, devido à gravidade do quadro, a enfermeira acabou falecendo. "Os fatos e circunstâncias serão objeto de apuração por meio dos devidos processos legais, em todas as instâncias cabíveis", diz um trecho da nota.
O Conselho Regional de Enfermagem, por sua vez, afirmou que não foi procurado oficialmente à respeito da morte da enfermeira, mas lamentou o ocorrido e disse que instaurou um processo administrativo para investigar o caso.
Leia a íntegra da nota do HSE:
O Hospital dos Servidores do Estado (HSE) registrou, na última quinta-feira (04), um acidente envolvendo uma enfermeira que fez uso de medicação intravenosa, levando-a a graves consequências ao seu estado de saúde. O corpo clínico do hospital adotou todos os procedimentos possíveis para salvar a vida da profissional. No entanto, pela gravidade do quadro, a mesma veio a óbito. A direção do hospital lamenta muito a perda de sua colaboradora e está prestando toda a assistência à família. Os fatos e circunstâncias serão objeto de apuração por meio dos devidos processos legais, em todas as instâncias cabíveis.
Adriana era recém-formada em enfermagem e atuava no HSE há cerca de um mês como profissional. Na última quinta-feira (4), ela teria pedido Buscopan endovenoso para aliviar sintomas de cólica menstrual. Após receber a medicação, ela teria convulsionado e tido uma parada cardíaca. Adriana foi reanimada e levada para UTI do hospital. Lá, sofreu uma intercorrência e uma nova parada cardíaca, que levou a óbito.
O corpo de Adriana foi encaminhado para o Instituto de Medicina Legal (IML) e liberado com um laudo provisório. A causa exata da morte será apontada pelo IML no laudo final. Para a família, a hipótese de que a enfermeira tenha tido uma reação alérgica ao remédio é questionável. "Achei estranho, porque ela fazia uso de Buscopan em comprimido e é um remédio comum. Ela não era alérgica a nenhuma medicação", argumentou a irmã, que preferiu não se identificar.
A família soube da possibilidade de os medicamentos terem sido trocados através de funcionários de outras unidades de saúde, que estavam sabendo do ocorrido. "Disseram que tinham trocado as medicações. Que ao invés de Buscopan, deram noradrenalina para ela. Conhecemos pessoas que trabalham em outros hospitais, que disseram que a informação chegou por lá e seria de troca de medicações também. A farmácia teria liberado errado, porque as ampolas são parecidas", disse a irmã.
"A gente não tem provas concretas, mas eu acredito que foi um erro. Eu realmente queria que tivesse sido uma alergia, porque seria mais fácil de aceitar", lamentou, emocionada, a irmã. "Agora é esperar esse novo laudo do IML. Torço para que tenha sido uma reação alérgica. Se não for, vamos ver as medicas cabíveis", completou.