FISCALIZAÇÃO

Quase 5 mil policiais e bombeiros fiscalizam cumprimento da quarentena mais rígida em Pernambuco

Profissionais da segurança pública também orientam a população sobre medidas sanitárias restritivas estabelecidas para o período de restrições mais severas

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Marcelo Aprígio

Publicado em 18/03/2021 às 7:25
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Com o início da quarentena mais rígida em Pernambuco, nesta quinta-feira (28), para tentar conter o avanço da pandemia de covid-19, as forças de segurança do Estado foram reforçadas com efetivo extra para garantir o cumprimento de decreto estadual que estabeleceu o período de restrições rígidas de circulação e funcionamento das atividades econômicas.

De acordo com a Secretaria de Defesa Social (SDS), 4.990 policiais e bombeiros militares foram acionados para fiscalizar o cumprimento das medidas sanitárias. Os profissionais também orientam a população sobre o uso a máscara, higiene e distanciamento social, além de atuar na vigilância de espaços com restrições de uso e  circulação e na inspeção em comércios e outros tipos estabelecimentos.

"Nosso objetivo será sempre o de orientar, esclarecer, mas, se necessário, pessoas serão conduzidas para delegacias e poderão ser autuadas conforme o artigo 268 do Código Penal Brasileiro”, alertou o secretário de Defesa Social, Antônio de Pádua, lembrando que infringir determinação do Poder Público para impedir disseminação de doença contagiosa pode gerar detenção de um mês a um ano, além de multa.

R$ 1 mi para reforço

Dos 4.990 postos de trabalho, 2.907 são de policiais militares, 1.324 são de bombeiros militares, 607 de são policiais civis e 142 são lotados na SDS. Para garantir o reforço com a Operação Quarentena, como foi batizado o reforço dos profissionais, que atuam em regime de jornada extra, o Governo de Pernambuco está investindo cerca de R$ 1 milhão.

“Além desses quase cinco mil servidores, temos os profissionais das unidades de área e especializadas dividindo as fiscalizações sanitárias com a atuação de prevenção e repressão à violência, e dos demais órgãos públicos reunidos no Centro Integrado de Comando e Controle Regional, já ativado", explicou o titular da SDS.

"Nas 24 horas do dia, as operativas, guardas municipais, diretorias municipais de controle urbano, Procon, vigilâncias sanitárias e outros órgãos somam esforços na tentativa de desacelerar a transmissão do novo coronavírus”, completou.

Desde o dia 26 de fevereiro, quando se intensificaram as estrições de convívio social no Estado, 162 pessoas foram conduzidas para delegacias. Nesse período, foram feitas 53.416 intervenções no território pernambucano, com 36.690 pessoas orientadas e 9.274 estabelecimentos fiscalizados.

O que não pode funcionar?

Pelo Decreto 50.433 de 15 de março de 2021, que determina a quarentena em Pernambuco, apenas o que é considerado atividade essencial poderá funcionar nos próximos 11 dias. Está proibido a partir desta quinta (18) o acesso às praias e rios, incluindo calçadões; a realização de aulas presenciais nas escolas e universidades públicas e privadas; o funcionamento de escritórios comerciais e de prestação de serviços; o acesso aos clubes sociais, esportivos e agremiações; práticas e competições esportivas(exceto jogos de futebol profissional); abertura de academias de ginástica; funcionamento de parques, praças e ciclofaixas de lazer; atendimento presencial em shoppings centers e galerias comerciais; eventos sociais e culturais; atendimento ao público nas unidades do Detran e Expresso Cidadão; e a realização de cirurgias eletivas que demandem internação hospitalar. As lojas que não estão autorizadas a realizar atendimento presencial poderão fazer entregas, já que o delivery de qualquer tipo de produto e mercadoria segue autorizado no Estado.

ARTES JC
Regras da segunda quarentena em PE - ARTES JC

O que pode funcionar?

Entre as atividades que poderão funcionar durante a quarentena estão os postos de gasolina; lojas de conveniência; lojas de material e equipamentos de informática; comércio atacadista; bancos e lotéricas; cartórios; indústria e atividades relacionadas à construção civil; farmácias e estabelecimentos de venda de produtos médicos e hospitalares; consultórios médicos, clínicas, hospitais, laboratórios e demais estabelecimentos relacionados à área de saúde; clínicas, hospitais veterinários e petshops; supermercados, padarias e demais estabelecimentos voltados ao abastecimento alimentar da população; restaurantes e lanchonetes (exclusivamente via delivery ou como ponto de coleta); serviços funerários; hotéis e pousadas, incluindo restaurantes e afins, localizados em suas dependências, com atendimento restrito aos hóspedes; ciclovias e ciclofaixas permanentes do Recife; serviços de manutenção predial e prevenção de incêndio; transporte público e igrejas, templos ou outros locais apropriados apenas para a realização de atividades administrativas e de preparação, gravação e transmissão de missas, cultos e demais celebrações religiosas pela internet ou por demais meios de comunicação. Confira a lista completa AQUI.

FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
Mais uma tentativa de frear a propagação da covid-19, doença que não consegue ser vencida pela humanidade e já tirou 2.687.219 vidas no mundo, 282.400 no Brasil e 11.510 em Pernambuco - FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM

Situação do Brasil é preocupante

O desespero dos profissionais de saúde que estão na linha de frente do combate à covid-19 foi reforçado com o alerta feito pelo vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, Marco Krieger, ao afirmar nesta quarta (17) que a pandemia deve alcançar patamares "dramáticos" nas próximas semanas no Brasil, caso nada seja feito para deter a circulação do vírus. "Estamos todos cansados da pandemia, não é fácil para ninguém. Mas os dados neste momento são os mais graves de toda a pandemia, com o maior número de mortos e o maior número de casos associados a uma grande circulação de uma variante (do vírus) com possibilidade de maior transmissão. Temos que reduzir a possibilidade de circulação até aumentar o número de pessoas protegidas."

O alerta foi feito um dia depois da divulgação dos resultados de uma análise feita pela Fiocruz em oito Estados das regiões Sul, Sudeste e Nordeste do País que constatou a prevalência das variantes mais preocupantes do coronavírus Sars-CoV-2 em pelo menos seis deles. E desses seis estados, somente nas amostras de Minas Gerais e Alagoas a presença da mutação ocorreu em menos da metade das amostras - respectivamente 30,3% e 42,6%. Os Estados em que elas mais aparecem são Ceará (71,9%) e Paraná (70,4%). A situação nos demais é: PE (50,8%), RJ (62,7%), RS (62,5%), SC (63,7%).

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