O Departamento Penitenciário Nacional (Depen) escolheu o sistema prisional feminino de Pernambuco como o primeiro, entre os do Nordeste, para implantação de um projeto-piloto da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O plano tem como objetivo diminuir a frequência de infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) entre mulheres encarceradas.
Intitulado como “Implementação de Programa para Detecção da Infecção pelo HIV/aids e Sífilis em Prisões Femininas com Ênfase na Prevenção da Transmissão Materno Infantil”, o projeto dá ênfase na saúde das gestantes e na prevenção da transmissão vertical (de mãe para filho). A previsão é de que o trabalho seja colocado em prática até dezembro deste ano.
- Projeto social ajuda presas em Pernambuco a sonhar com futuro melhor
- Seis fatos e mitos sobre o HIV e a Sífilis
- Recife e Olinda fazem ações para reforçar mês de enfrentamento à Aids
A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco - por meio da Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) – em parceria com a Secretaria de Saúde e Pernambuco (SES/PE), desenvolverá o projeto de extensão na Colônia Penal Feminina de Abreu e Lima (CPFAL) e na Colônia Penal Feminina do Recife (CPFR), ambas na Região Metropolitana do Recife.
Segundo a Seres, as duas unidades prisionais servirão de referência para a implantação das atividades em outros estabelecimentos penais femininos, após adequação às especificidades de cada local.
A secretaria crê que a redução será possível a partir do aumento da detecção e tratamento precoces das infecções e gravidezes entre mulheres presas. Profissionais de saúde da SES e da Seres, que atuam no sistema prisional, participarão de oficinas e treinamentos, bem como, haverá adequações de plataformas digitais.
Os trâmites para o início da implantação do projeto, coordenado pela líder do grupo de pesquisa Saúde das Prisões, Alexandra Sánchez, foram discutidos em reunião remota, realizada na quinta-feira (08.04), com representantes da Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres), poder judiciário, Defensoria Pública, Ministério Público, Conselho Nacional de Justiça, Depen, além dos grupos de monitoramento e fiscalização do sistema carcerário.
“A escolha do Estado como piloto mostra o reconhecimento do avanço das políticas de saúde no encarceramento feminino, resultado dos investimentos do governo estadual”, destacou o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico.