Pernambuco fechou o primeiro trimestre de 2021 com redução da violência. Segundo dados da Secretaria de Defesa Social (SDS), o mês de março apresentou o menor quantitativo de crimes contra a vida dos últimos 18 anos. A queda foi de 24% em relação ao mesmo período do ano passado. Com isso, o primeiro trimestre foi o menos violento em sete anos e o segundo com mais baixo índice na trajetória do Pacto pela Vida. O balanço foi divulgado nesta quinta-feira (15) pela SDS.
A queda no número de homicídios, no acumulado do ano, foi liderada pelo Agreste, com uma diferença de -27,73%, caindo de 238 para 172 crimes. Em seguida, vêm a Zona da Mata (-24,66%), o Sertão (-13,04%) e a Região Metropolitana (-12,54%). Quando a comparação é feita com o mês de março do ano passado, a Zona da Mata teve a maior redução no número de homicídios (-41,77%), seguida pelo Agreste (-35,56%), Região Metropolitana (-25,21%) e Sertão (-8,82%).
Violência contra a mulher
Acompanhando a redução geral no número de CVLIs, os crimes de estupro e violência doméstica contra a mulher caíram -7,58% no primeiro trimestre de 2021, saindo de 633 no ano passado e fechando o período em 585. Os crimes de violência contra a mulher também apresentaram retração no 1° trimestre deste ano, com 10.761 queixas contra 10.971 no mesmo período do ano passado, o que corresponde a uma diminuição de -1,91%.
Cidades sem homicídios
Dentro os 184 municípios do Estado e Fernando de Noronha, 98 cidades ainda não registraram CVLIs em 2021. As cidades de Afogados da Ingazeira, Afrânio, Agrestina, Alagoinha, Altinho, Amaraji, Angelim, Araçoiaba, Barra de Guabiraba, Belém de São Francisco, Belo Jardim, Betânia, Bodocó, Brejão, Brejinho, Buenos Aires, Buíque, Cabrobó, Caetés, Calçado, Calumbi, Camocim de São Félix, Camutanga, Canhotinho, Carnaubeira da Penha, Carpina, Casinhas, Catende, Chã de Alegria, Condado, Correntes, Cortês, Cupira, Dormentes, Exu, Feira Nova, Flores, Frei Miguelinho, Gameleira, Granito, Iati, Ibimirim, Iguaraci, Inajá, Ingazeira, Itacuruba, Itaíba, Itapetim, Jaqueira, João Alfredo, Joaquim Nabuco, Lagoa do Carro, Lagoa do Itaenga, Lagoa do Ouro, Lagoa dos Gatos, Lagoa Grande, Macaparana, Machados, Manari, Mirandiba, Moreilândia, Orobó, Orocó, Ouricuri, Palmeirina, Passira, Pedra, Petrolândia, Poção, Primavera, Quipapá, Quixaba, Riacho das Almas, Rio Formoso, Sairé, Salgadinho, Salgueiro, Santa Cruz, Santa Cruz da Baixa Verde, Santa Maria do Cambucá, São Benedito do Sul, São João, São Joaquim do Monte, São José do Egito, Serrita, Solidão, Tacaimbó, Tacaratu, Trindade, Triunfo, Tupanatinga, Tuparetama, Venturosa, Verdejante, Vertente do Lério, Vertentes e Vicência, além do Distrito Estadual de Fernando de Noronha, chegaram a março deste ano sem registro de homicídios.
Queda em todas as modalidades de roubos
Os crimes patrimoniais também apresentaram retração no trimestre encerrado em março, com sequência descendente de registros há 3 anos e 7 meses. Nos três primeiros meses de 2021, a redução chegou a 25,43% em relação ao mesmo período de 2020. No terceiro mês do ano, retraiu 21%. Na série histórica, foi o mês de março com menor ocorrência desse tipo de delito desde 2006, para todo o Estado, e de 2005, para o Recife. A capital destacou-se com o mais expressivo percentual de diminuição nas investidas visando à subtração de bens.
Além disso, o primeiro trimestre de 2021 também teve redução dos Crimes Violentos contra o Patrimônio (CVP), em todas as modalidades, que englobam roubos de veículos, celulares e carga, bem como investidas em ônibus.
O bom desempenho refere-se tanto ao mês de março como no acumulado do ano, que soma janeiro a março. Dentro desse cenário, a sequência de queda de CVP completa 43 meses consecutivos. No terceiro mês deste ano, a variação atingiu -21%. Foram 4.081 ocorrências em março de 2021 contra 5.166 em 2020, ou seja, menos 1.085 queixas.
O Recife obteve a maior redução de março, com -26,95%, seguido da Zona da Mata (-25,38%), Agreste (-24,46%), Região Metropolitana (-14,48%) e Sertão (-0,72%). A capital pernambucana atingiu o menor índice desde o início da série histórica, em 2005 (ver lista abaixo). Em março deste ano, contabilizaram-se 1.331 crimes, uma redução de 491 boletins de ocorrência em relação a 2020, quando houve 1.822 queixas. No acumulado do ano, os casos em Pernambuco recuaram 25,43%, com 12.944 crimes neste ano contra 17.358 queixas no mesmo período do ano passado.
Menos assaltos a ônibus e cargas
Durante o mês de março deste ano, Pernambuco registrou, em média, 1,29 roubos em coletivos a cada dia. Ao todo, foram 40 boletins de ocorrência registrados. Isso representa -59,6% em relação aos 99 casos de março do ano anterior, quando a média diária atingiu 3,19 assaltos dessa modalidade. Considerando o 1º trimestre, essa taxa caiu de 2,79 para 1,58. Em termos percentuais, houve queda de 44,09% (de 254 para 142).
Do primeiro trimestre do ano passado para o de 2021, as ocorrências de cargas roubadas caíram de 184 para 85. Significa um recuo percentual de 53,8%. Verificando-se apenas março, esse índice alcançou -48%, pois os crimes desse tipo reportados às autoridades policiais do Estado passaram de 63 para 33 de um ano para o outro.
No mesmo ritmo, tanto em março quanto no acumulado do ano, os roubos de veículos diminuíram com índices semelhantes no Estado. No mês, a diferença em relação a 2020 chegou a -24,51%: de 963 para 727 ocorrências. Entre janeiro e março, o percentual aproximou-se, com -23,05% na comparação com o intervalo correspondente do ano passado. Em dados absolutos, o recuo foi de 2.972 para 2.287.
Investidas contra bancos
Um furto em uma agência bancária foi a única investida consumada contra instituição financeira em Pernambuco no terceiro mês deste ano. Representa, portanto, -67% em relação às três ocorrências dessa prática delituosa computadas em 2020. Já na soma do trimestre, a diferença foi de -60%, ao passar de cinco para dois - além do furto de março, registrou-se um roubo a agência em fevereiro.
Apreensões de celulares
Nos primeiros três meses deste ano, o trabalho das forças de segurança pública de Pernambuco levou à apreensão de 2.962 telefones celulares que haviam sido roubados.Ao mesmo tempo, a incidência desses crimes diminuiu 8,5% no período, confrontando com o trimestre inicial de 2020. No total, os celulares roubados caíram de 7.475 para 6.840 nessa comparação. Somente em março, a redução foi de 2.263 para 2.126 (-6,1%).