CRIME

‘Queremos acordar desse pesadelo’, diz pai da pernambucana Patrícia Roberta um mês após corpo ser encontrado na Paraíba

Patrícia viajou para João Pessoa no dia 23 de abril para encontrar Jonathan Henrique, de 23 anos, um antigo amigo, que, hoje, é indiciado pelos crimes de feminicídio e ocultação de cadáver contra a vítima e está preso

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Katarina Moraes

Publicado em 27/05/2021 às 10:39 | Atualizado em 27/05/2021 às 11:20
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Há um mês, a confirmação da morte da vendedora Patrícia Roberta Gomes da Silva, de 22 anos, chocava os estados de Pernambuco e da Paraíba. Foi no dia 27 de abril de 2021 que o corpo da jovem residente em Caruaru, no Agreste pernambucano, foi encontrado em João Pessoa. Em entrevista à TV Jornal Interior, os pais da jovem, Paulo Roberto e Vera Lucia, contam como vêm lidando com a perda da segunda filha.

"A gente ainda está tentando voltar à realidade. Estávamos olhando as fotos dela agora e lembrando, e é como se isso não tivesse acontecido. Ao mesmo tempo, queremos acordar desse pesadelo. A saudade ainda é muito grande. Eu estou destruído por dentro. Só espero que a justiça seja feita", desabafou o pai.

A mãe de Patrícia também falou sobre o momento de luto. "É duro demais. Já é a segunda filha que perdemos. O que nos resta agora são só as lembranças e as fotos, para a gente lembrar os momentos que passamos. Passaram 30 dias, eu ainda fico pensando que vou escutá-la dizendo ‘mainha, cheguei, estou em casa, boa noite, te amo’. O que nos resta são os áudios que ela mandava para nós, é como se a gente não acreditasse ainda", disse.

Patrícia viajou para a capital paraibana no dia 23 de abril para encontrar Jonathan Henrique, de 23 anos, um antigo amigo, que, hoje, é indiciado pelos crimes de feminicídio e ocultação de cadáver contra a vítima e está preso.

Nessa segunda-feira (24), a juíza Francilucy Rejane de Sousa Mota, da 2ª Vara do Tribunal do Júri da Capital, abriu ao Ministério Público da Paraíba (MPPB) o processo do caso, que tramita em sigilo desde o dia 28 de abril, quando o suspeito passou por audiência de custódia. Além do indiciamento contra Jonathan, a namorada dele, Ivyna Maria, também é indiciada por ocultação de cadáver.

Divulgação/Instagram
Patrícia Roberta tinha 22 anos e morava em Caruaru, no Agreste de Pernambuco - Divulgação/Instagram

Crime

Dois dias depois da jovem ter saído de Caruaru, em 25 de abril, a vendedora se mostrou aflita numa troca de mensagens de WhatsApp com a mãe, porque estaria trancada no apartamento de Jonathan. Depois, avisou que estava tudo bem e não mais respondeu à mãe.

Na madrugada do dia 27 de abril, vizinhos entraram em contato com a polícia para denunciar terem visto o suspeito saindo do prédio com um tonel de lixo em um carrinho de mão. Uma vizinha teria seguido e visto quando o tonel caiu, e desconfiou que pudesse se tratar de um corpo. Pouco depois, o suspeito foi filmado por câmeras de segurança saindo de moto levando o mesmo volume estranho.

O corpo, que estava com fitas isolantes e sacos plásticos, foi encontrado a cerca de dois quilômetros do prédio onde o tatuador mora. Isso aconteceu horas após familiares da vítima procurarem a Delegacia de Homicídios de João Pessoa para registrar uma queixa de seu desaparecimento.

O sepultamento da jovem aconteceu no dia 29 de abril no cemitério de Caruaru. Por causa do avançado estado de decomposição, o caixão permaneceu lacrado e o velório foi feito de forma rápida.

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