A Marinha do Brasil encaminhou nota à imprensa informando que tomou conhecimento, na manhã deste sábado (14), do aparecimento de vestígios de óleo em praias do Arquipélago de Fernando de Noronha. O contato com a Marinha foi feito por meio da Capitania dos Portos de Pernambuco (CPPE). Equipes da Capitania coletaram amostras do material, que serão enviadas para análise do Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM), no Rio de Janeiro.
O Instituto realiza pesquisas, desenvolvimentos, inovações e serviços tecnológicos na área de Ciências do Mar, para contribuir com a ampliação do conhecimento e a utilização do meio ambiente marinho do interesse da Marinha do Brasil e do desenvolvimento socioeconômico do País. A expectativa da Marinha é que o material de Noronha seja encaminhado o mais rápido possível ao IEAPM, mas ainda não é possível informar o prazo de conclusão da análise.
Além da Marinha, a analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e chefe do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, Carla Guaitanele, também adiantou que durante a limpeza das praias foram coletadas amostras, que serão enviadas para análise, na tentativa de identificar a origem do material. "Segue para nossos centros de pesquisa do Icmbio", explica.
A Marinha informou, ainda, que também está atuando em um mutirão de limpeza das praias para remoção dos resquícios de óleo, junto com militares da CPPE e equipes do ICMBio e da Fundação Projeto Tamar.
Denúncia pelas redes sociais
A presença das bolas de petróleo tornou-se pública neste sábado pelos perfis nas redes sociais de várias ONGs, que começaram a compartilhar fotografias de praias na ilha de Fernando de Noronha, que estariam recebendo bolas de petróleo já endurecidas, conhecidas como "piche". No perfil do Instituto BiomaBrasil, no Instagram, as fotos são acompanhadas do texto: "Acabamos de receber essas fotos, de diferentes grupos e pessoas, constatando a chegada de muitas bolotas de petróleo e lixo plástico, trazidas pela Corrente Sul Equatorial. A mesma corrente que trouxe o óleo em setembro de 2019 para o litoral do Nordeste".
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O perfil do grupo Salve Maracaípe relaciona uma possível ligação da poluição atual com o óleo derramado no litoral do Nordeste há dois anos. "É com preocupação que recebemos a informação da chegada de petróleo em Fernando de Noronha. Aparentemente um petróleo já intemperizado, e com alguma chance de ainda ser o mesmo que atingiu todo o Nordeste em 2019, mas que isso só pode ser confirmado via análise em laboratório.
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