Animais em exibição, horários de funcionamento e mais: tudo sobre a reabertura do zoológico de Dois Irmãos, no Recife
A área de reserva de Mata Atlântica, responsável pela preservação da fauna em Pernambuco, reabriu nesta quarta-feira (13) ao público pela primeira vez desde o início da pandemia da covid-19
De um lado, crianças encantadas na primeira ida ao zoológico. Do outro, animais que ainda se acostumam com a volta gradual dos dedos apontados para os vidros, das centenas de pessoas passando por seus recintos e do barulho dos visitantes no Parque Estadual de Dois Irmãos, na Zona Norte do Recife. A área de reserva de Mata Atlântica, que é responsável pela preservação da fauna em Pernambuco, reabriu nesta quarta-feira (13) ao público pela primeira vez desde o início da pandemia da covid-19 com uma nova política: a de dar destaque às espécies nativas do Estado.
A riqueza da fauna de Pernambuco é o ponto-chave do recente Plano Diretor do Parque, anunciado em abril deste ano, e demonstrada, por exemplo, em duas belíssimas jiboias que vieram de São Paulo para o Recife. Além delas, também são novidades no zoológico outros 27 animais nativos dos biomas Mata Atlântica e Caatinga, entre tucanos, salamantas, tamanduás-mirins, furões, timbus, iguanas, quatis, savaco, gavião-carijó e gavião-pé-de-serra. Segundo a equipe, os novos moradores só foram para o zoológico porque foram encontrados em criadouros ilegais e não conseguiram ser reabilitados na natureza.
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Cumprindo a premissa de focar na biodiversidade local, moradores exóticos foram transferidos, como a onça e a ursa-parda. Outros, como o famoso chimpanzé Sena, por exemplo, continuarão em Dois Irmãos mesmo não fazendo parte da fauna natural de Pernambuco por razões de adaptação e saúde. “Juntamos a ideia do novo plano diretor com a ideia de dar a eles um bom lugar. Não queremos transferir o bicho daqui para descartá-lo, mas a partir da nova diretriz de trabalho e para que a instituição faça o que não conseguimos fazer”, explicou Fernanda Justino, a coordenadora da divisão de veterinária e biologia do zoológico.
Já ganharam uma nova casa duas cobras píton, seis Tartarugas-da-Amazônia, um pavão branco, um mutum-de-bico-azul, um mutum-do-méxico, dois mutum-globo-de-ouro, três anacãs. Ainda, há outros animais que devem ser transferidos em breve, ainda sem data definida, como quatro marianinhas-de-cabeça-amarela, duas tiribas-de-barriga-vermelha, um araracanga, três araras-canindé e um avestruz.
Por enquanto, o espaço só está aberto de quarta-feira a domingo (exceto feriados), das 9h às 15h, e para no máximo 3 mil visitantes por dia. Os ingressos custam R$ 2,50 (meia-entrada) ou R$ 5 (entrada inteira) e são vendidos até às 14h. Ainda é possível, por R$ 5, agendar trilhas na mata para conhecer a exuberância da natureza em uma das mais antigas e preservadas Unidades de Conservação do Estado.
Há áreas que, por enquanto, não estão abertas para visitação, como a dos animais maiores, por exemplo, pelo perigo dos mamíferos se contaminarem com a covid-19. O público só pode percorrer o equipamento da entrada até o açude, onde estão araras, avestruzes, jacarés e muitos outros bichos. No primeiro dia de portas abertas, o zoológico recebeu cerca de 1.500 visitantes, de acordo com a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco (Semas-PE), superando as expectativas da direção. A reportagem do JC identificou que, no geral, o público cumpriu a ordem de usar máscaras e manter o distanciamento social nesta quarta.
Ainda que o trabalho de cuidado com as espécies não tenha parado durante a pandemia, a equipe sentia falta do público no espaço. “Foi uma alegria imensa estar novamente com os portões abertos e receber a criançada e toda a população. Para nós faltava muito esse momento de interação do público com os animais para conhecer a história de cada um. Foi uma felicidade e uma alegria receber todo mundo e fazer com que o zoológico faça parte de sua história. Temos observado que todas as pessoas têm gostado desse momento”, disse o superintendente do Parque Estadual, Maurício Guerra.
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A reportagem do JC identificou que, no geral, o público cumpriu a ordem de usar máscaras e manter o distanciamento social nesta quarta. Até segunda ordem, os visitantes só podem percorrer o equipamento da entrada até o açude, onde estão araras, avestruzes, jacarés e muitos outros bichos. As alamedas foram reformadas com o intuito de relembrar o habitat natural dos moradores do zoo.
Moradora da região, Maria Eduarda Cabral, 22 anos, ia ao Parque com frequência e sentiu falta de poder visitá-lo - assim como a filha dela, de 2 anos. "Para todo mundo da rua foi muito difícil. Toda vez que passávamos pelo portão minha filha dizia 'quero ir para o zoológico', e eu explicava que ia abrir. Quando ela viu as barracas na rua pediu para ver os bichos", disse a autônoma, ao lado do irmão e da sobrinha, que aprovou as mudanças no equipamento. "Está tudo mais organizado, tanto o ambiente, quanto as gaiolas. Gostei também de trazerem animais do Estado, é bom até para ela (filha) aprender", contou.