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CHUVAS EM PERNAMBUCO: "Ainda corri para tentar salvá-lo, mas não deu tempo", diz mãe de bebê que morreu em deslizamento de barreira

Bebê morreu durante o deslizamento de barreira que derrubou várias casas e deixou um rastro de destruição na comunidade Vila Betel, no bairro do Ibura

Cadastrado por

Cinthya Leite

Publicado em 31/05/2022 às 18:27 | Atualizado em 31/05/2022 às 18:29
Família se reuniu no Cemitério de Santo Amaro, área central da cidade, durante o velório do bebê - REPRODUÇÃO/TV JORNAL

*Com informações da TV Jornal 

Com 106 mortes confirmadas e ainda 10 desaparecidos, até a tarde desta terça-feira (31), Pernambuco ultrapassou o número de 104 pessoas que morreram nas cheias de 1975, quando o Recife ficou submerso. 

Entre as vítimas das últimas chuvas no Estado, estão crianças e bebês, como o pequeno Antony Miguel de Souza Silva, de apenas 10 meses. Ele morreu durante o deslizamento de barreira que derrubou várias casas e deixou um rastro de destruição na comunidade Vila Betel, no bairro do Ibura, Zona Sul da capital pernambucana. 

Na última segunda-feira (30), a família se reuniu no Cemitério de Santo Amaro, área central da cidade, durante o velório do bebê

"A gente vê (sobre as consequências da chuva) na TV; se abala e chora. Mas quando é com a gente, ficamos sem acreditar. Eu não estou acreditando. Olho para o meu menino ali dentro e não reconheço", conta Beatriz Leandro, tia de Antony, em entrevista à TV Jornal. Ela diz que os parentes estão se organizando para comemorar a festa de aniversário de 1 ano dele. "Eu tenho uma bebê de 8 meses, e a gente estava combinando as roupas dos dois juntos (no aniversário). É minha irmã; eu sinto a dor dela, já perdi um bebê."

O avô do Antony, Klypton Leandro, também foi ao velório e agradeceu ao apoio que recebeu da comunidade. "Ajuda não chegou de governo nenhum. A ajuda veio da comunidade. Gostaria que prefeito, governador e vereadores prestassem mais atenção na comunidade. E agora estamos precisando de ajuda."

Ele relata que soube da morte do neto quando estava passando pela inundação. "A família do meu genro ligou pra minha filha, disse que a barreira caiu e tinha coberto meu neto. Entrei em desespero. Agora enterro meu neto com muita tristeza", disse. 

A mãe de Antony, de 17 anos, conta que pede força a Deus, à família e à população. "Ainda corri para tentar pegar ele, mas não deu tempo. Quando acharam ele, estava morto. Ao chegar ao hospital, o médico disse que ele tinham morrido há mais ou menos uma hora", diz a mãe, que teve ferimentos na perna ao ser atingida durante o deslizamento.

"Minha perna estava sangrando muito; levei 30 pontos. E 13 pontos no pé. Tive que ser socorrida logo para não ter hemorragia. No hospital, eu perguntava pelo meu filho. A doutora que costurou meu pé teve que me dar a notícia." 

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