A empregada doméstica Sandra Maria da Silva, 53 anos, morreu na terça-feira (26) ao cair no poço do elevador de um prédio de classe média localizado no bairro do Parnamirim, Zona Norte do Recife. Segundo familiares, a vítima trabalhava em um dos apartamentos do imóvel há 15 anos.
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O filho de Sandra Maria, Wanderley da Silva, disse que buscava a mãe todos os dias após o serviço e estranhou quando ligou para ela no fim da tarde e não conseguiu contatá-la.
O promotor de vendas informou à TV Jornal que, na tentativa de falar com a mãe, telefonou para os patrões de Sandra. Então, o proprietário do imóvel o informou que Sandra Maria havia descido com algumas sacolas para ajudar a colocar no carro da patroa e que não havia retornado.
A vítima teria morrido ao tentar retornar para o apartamento dos patrões, ao entrar no elevador e não perceber que a cabine não estava no pavimento.
Pouco tempo depois, Wanderley chegou ao prédio e estranhou a movimentação dos bombeiros na rua. Foi então que ele soube que se tratava da morte da própria mãe.
“Minha mãe era uma pessoa querida, todo mundo adorava ela. O que eu quero agora é justiça”, afirmou Wanderley da Silva.
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O corpo de Sandra Maria foi liberado do Instituto de Medicina Legal (IML) na manhã desta quarta-feira (27) e será velado no cemitério de Casa Amarela, na Zona Norte do Recife.
EMPREGADA DOMÉSTICA CAI EM POÇO DE ELEVADOR NO RECIFE
O Corpo de Bombeiros foi acionado para a ocorrência às 16h13. De acordo com peritos do Instituto de Criminalística (IC), o equipamento do edifício é do modelo mais antigo, no qual os passageiros acessam o interior do elevador de forma manual.
Ainda segundo peritos do IC, Sandra Maria teria puxado a porta do elevador social no andar térreo. Sem perceber que a cabine não estava ali, a mulher teria caído para o subsolo, em uma altura de 4 metros.
"Ela foi acessar o elevador do primeiro andar, que é o equivalente ao P, na altura de 4,3 metros. Só que quando abriu a porta, não encontrava-se a cabine, ela caiu em precipitação", explicou o perito André Amaral.
No boletim de ocorrência registrado pela central de plantões, consta que no momento em que a vítima caiu no poço, moradores do prédio tinham ficado presos dentro do elevador no oitavo andar do edifício. O porteiro teria tentado religar o sistema, mas o equipamento não respondia.
Foi então que o funcionário acionou o técnico para resgatar os moradores presos no equipamento. O elevador teria permanecido sem funcionar, quando um técnico desceu ao poço para verificar o motivo da falha e encontrou o corpo da vítima. Ainda não há confirmação sobre o que ocorreu primeiro.
PATRÕES E SÍNDICO DO PRÉDIO NÃO SE PRONUNCIARAM
Desde que ocorreu a morte de Sandra Maria da Silva, os patrões da empregada doméstica e o síndico do prédio não foram encontrados pela equipe de reportagem da TV Jornal.
Na manhã desta quarta-feira (27), funcionários do imóvel informaram que não tinham autorização para comentar sobre o que aconteceu, mas que o síndico não se encontrava no prédio.
Morador do edifício, o médico Gustavo Couto contou que conhecia a vítima de vista. "Extremamente triste, é uma coisa que a gente não tem ideia do que é isso. É lamentar e ser extremamente solidário com a família", declarou.
INVESTIGAÇÃO
Em nota, a Polícia Civil de Pernambuco informou que a ocorrência foi registrada como Morte a Esclarecer, por meio da Central de Plantões da Capital, nesta terça-feira (27). As investigações foram iniciadas e ficarão a cargo da Delegacia de Casa Amarela.
Norberto Lopes, consultor jurídico do Sindicato da Habitação (SECOVI-PE), esclareceu sobre quem pode ser responsabilizado em casos de morte em elevadores de prédio.
"Precisa se levar em consideração que a manutenção contínua dos elevador faz parte de uma obrigação do síndico. É ele quem contrata empresas especializadas para as manutenções, principalmente as do elevador", disse Norberto Lopes.
"Há necessidade de saber se existe um contrato vigente de manutenção de elevadores no prédio. A empresa contratada pode ser responsabilizada. A perícia é quem apontará de quem é a responsabilidade", concluiu o consultor jurídico do SECOVI-PE.
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