Habitação

Famílias que saíram do Pina após incêndio voltam a construir palafitas em outros locais do Recife

Com dificuldade para encontrar moradia com um auxílio de R$ 300 e necessidade de ficar em algum local que possam trabalhar ou conseguir renda, moradores voltam a construir palafitas

Cadastrado por

Adriana Guarda

Publicado em 11/07/2022 às 18:57 | Atualizado em 12/07/2022 às 7:46
Marido de Ana Lúcia precisou construir uma nova palafita com as pessoas morando dentro da casa - JONAS QUIRINO/TV JORNAL

Pouco mais de um mês após a última família ter deixado o Pina, Zona Sul de Boa Viagem, depois do incêndio que atingiu 187 palafitas, os moradores voltaram a construir palafitas em outros locais. As pessoas receberiam um auxílio-moradia mensal de R$ 300 da Prefeitura do Recife e um auxílio-pecúnia, em parcela única de R$ 1,5 mil, para se reorganizar. 

Além da dificuldade para receber os auxílios e de o valor ser pequeno para retomar a vida, as famílias das palafitas do Pina se preocupam não só com nova residência, mas com a necessidade de morar em um lugar onde também possa garantir o seu sustento.

É o que defende a pescadora Ana Lúcia Gomes, 53 anos. Ela morou durante 7 anos na área destruída pelo fogo no Pina e agora foi com a família para Brasília Teimosa, também na Zona Sul do Recife. 

Ana Lúcia Gomes é pescadora. Sem receber auxílio, construiu outra palafita - TV Jornal

Pescadora de marisco e sururu junto com o marido, ela conta que foi obrigada a construir outra palafita para fica perto da maré, de onde retira o sustento dela e dos filhos.

"Eu vim pra cá porque eu vivo de pesca e não posso sair de junto da maré.  Além disso eu não tive direito a receber nada da prefeitura então eu não recebo nada", afirma Ana Lúcia, que divide a palafita ainda em construção com mais cinco pessoas. 

O pescador Stéfano Rodrigues, 23 anos, conseguiu receber os auxílios e alugou um barraco em Brasília Teimosa. Ele também teve a palafita destruída na comunidade do Pina.

O incêndio nas palafitas do Pina aconteceu em 6 de maio, deixando dezenas de barracos completamente destruídos na comunidade, que fica próxima à Avenida Antônio de Góes, nas proximidades da Ponte Paulo Guerra.

No mesmo dia, a gestão municipal garantiu que assistiria os moradores com os valores emergenciais, além de dar uma indenização às 42 famílias que moravam em casas de alvenaria, mas a liberação dos recursos esbarrou na burocracia, como vem acontecendo com o Auxílio Pernambuco para as vítimas das chuvas no Estado. 


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