Duas lavanderias do Toritama, no Agreste de Pernambuco, são suspeitas de provocar a mortandade de peixes e “colorir” o Rio Capibaribe de jeans - principal atividade econômica do município. Fotos obtidas pelo JC mostram as águas complemente azuis.
A Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) constatou que os estabelecimentos funcionam de forma irregular, operando inadequadamente o sistema de tratamento de efluentes industriais. Uma delas também não possuíam licença ambiental para a atividade.
Analistas ambientais da Agência coletaram amostra de água do Capibaribe, onde os peixes apareceram mortos, para avaliar se as lavanderias são culpadas pelo fato, que aconteceu próximo a elas.
“O resultado da amostra que foi incubada sairá em até 15 dias. A análise nos fornecerá subsídios para identificarmos se a causa da morte dos peixes foi em decorrência da infração cometida pelas lavanderias”, explicou o diretor de fiscalização da CPRH, Maviael Torchia.
Antes disso, na última sexta-feira (29), os estabelecimentos já foram interditados. “Independente do resultado apresentado, nós já interditamos as lavanderias, pois elas operavam de forma errada, causando poluição hídrica”, disse Torchia.
CRIME AMBIENTAL
De acordo com a CPRH, os processos de amaciamento e customização do jeans, feitos muitas vezes por lavanderias no Polo Têxtil do Agreste, podem desperdiçar muita água e gerar resíduos líquidos e sólidos.
A água, então, passa a ser chamada de efluente líquido industrial e não pode ser devolvida à natureza sem passar por um processo de tratamento - um crime ambiental passível de multa.
Já o efluente líquido deve ser encaminhado para um sistema de tratamento de efluentes antes de ser lançado no meio ambiente ou reaproveitado pela própria lavanderia.
Contudo, apesar de constantes fiscalizações, muitas empresas ainda descartam seus efluentes sem o devido tratamento no meio ambiente gerando poluição, ou seja, alterando a qualidade, a cor e o cheiro da água, podendo resultar na morte de peixes e na contaminação do lençol freático.