Há pouco mais de dois meses, o Rio Grande do Sul foi surpreendido por enchentes devastadoras, com estimativa de 180 mortes, de acordo com a última atualização da Defesa Civil do Estado. Passado o pesadelo da enxurrada, a população enfrenta o desafio de reconstruir suas casas e suas vidas. Diante desse cenário, a atuação das Forças Armadas foi definitiva, não apenas para resgatar vítimas, mas também para auxiliar na retomada das atividades cotidianas.
A contribuição das Forças Armadas de Pernambuco na operação de assistência humanitária no sul do País foi o tema do debate na Rádio Jornal, nesta quinta-feira (4), sob o comando da comunicadora Natalia Ribeiro.
Participaram do debate, o General do Exército, Maurílio Miranda Netto Ribeiro, comandante Militar do Nordeste; o Major-brigadeiro do Ar, Valdir Eduardo Tuckumantel Codinhoto, Comandante do Segundo Comando Aéreo Regional; Capitão de Mar e Guerra, Carlos Frederico Tojal Do Vale, Capitão dos Portos de Pernambuco.
A tragédia no Rio Grande do Sul chamou atenção pela complexidade. O grande volume de chuvas atingiu uma área extensa do Estado, fez transbordar os rios e sumir bairros inteiros, deixando famílias abrigadas e desalojadas. A situação se agravou, com as chuvas ainda caindo enquanto os grupo de ajuda humanitária tentava fazer os resgates.
Ações Coordenadas e Complexas
O General Maurílio destaca que essa operação foi a maior já realizada em termos de assistência humanitária no Brasil, envolvendo cerca de 80 instituições federais, estaduais e municipais. Ele enfatiza que, desde o dia 1º de maio, as Forças Armadas têm atuado em três frentes principais: busca e resgate, assistência humanitária e controle de danos.
"Essa operação só foi possível graças à integração das três forças - Exército, Marinha e Aeronáutica - e a coordenação com diversas instituições. Nosso foco é mitigar os impactos da tragédia e restaurar a normalidade para os cidadãos afetados", afirma o General.
Força Aérea em ação
O Major Brigadeiro Codinhoto destaca a rapidez e eficiência da Força Aérea Brasileira. “Desde o início das chuvas, nossos helicópteros, como os do Esquadrão Pantera, sediado em Santa Maria, foram os primeiros a atuar, resgatando vítimas e transportando suprimentos. Nosso compromisso é contínuo, e estamos prontos para oferecer suporte de material e pessoal conforme necessário", explica.
Marinha e Logística Naval
O Capitão Tojal detalha a mobilização da Marinha, incluindo o envio da maior embarcação da América Latina, o Navio Aeródromo Multipropósito Atlântico. “Nosso foco foi garantir o fornecimento de água potável e outros suprimentos essenciais. Levamos estações de tratamento de água com capacidade de 20 mil litros por hora e cerca de 150 toneladas de donativos, incluindo agasalhos e alimentos", relata.
Trabalho de Longa Duração
Segundo os representantes das Forças Armadas, a operação de apoio no Rio Grande do Sul deve continuar por um bom tempo. Além da assistência imediata, como o resgate de pessoas e animais, a operação envolve a reconstrução de infraestruturas críticas, como estradas e escolas, afetando diretamente milhares de pessoas.
Planejamento e Prontidão
O General Maurílio explica que a prontidão das tropas é fundamental. "Nossas tropas estão sempre treinadas e preparadas para atuar em qualquer situação. Quando a tragédia ocorreu, ativamos um comando conjunto sob o Comando Militar do Sul, que mobilizou rapidamente os recursos necessários para dar uma resposta eficaz", diz.
O debate na Rádio Jornal apontou a complexidade e a importância da atuação das Forças Armadas em situações de emergência. As ações coordenadas das tropas de Pernambuco e de todo o Brasil têm sido fundamentais para apoiar a população gaúcha em um momento de extrema necessidade, mostrando a capacidade de resposta rápida e eficiente das Forças Armadas.