Transformar ruínas em abrigo para atividades socioculturais, agroecológicas, capacitação de jovens e adultos em educação digital e agricultura familiar. Este foi o objetivo do Movimento Salve o Casarão da Várzea em reunião com a CONVIVA Mercados e Feiras Autarquia Municipal, autarquia da Prefeitura do Recife, nesta segunda-feira (8/7), para apresentar a proposta comunitária de intervenção para o equipamento histórico, situado na na Zona Oeste da cidade.
Participaram do encontro, ainda, a Porsan Engenharia Projetos e Consultorias, empresa contratada para a elaboração do projeto arquitetônico, e representantes da Secretaria de Governo da Prefeitura. Em nota, a Conviva informou que o diálogo com a sociedade é constante para que as intervenções sejam feitas e que “foram apresentadas propostas que serão apreciadas pela Conviva, e a expectativa é de que até o final do ano seja aberta a licitação para o início das obras no local”.
As obras são um pedido antigo do Movimento: desde 2016 os integrantes lutam para requalificar o imóvel abandonado, mas só em outubro de 2023, após ordem judicial, a Prefeitura do Recife anunciou licitação para transformar o Casarão da Várzea em um mercado público.
Revitalização
A comunidade se mobilizou e apresentou uma proposta de revitalização do espaço, que contaria com boxes de comércio e serviços, salas para exposições e cursos, palco e espaço agro-pedagógico
“Foi um diálogo muito produtivo e propositivo, tendo em vista que a nossa proposta comunitária foi bem aceita, e acima de tudo, servirá como matéria prima de inspiração para que o projeto final do Mercado Público Cultural da Várzea venha a contemplar as expectativas e anseios da comunidade”, celebrou o produtor multimídia Well Carlos, 36, um dos organizadores do movimento Salve o Casarão.
Confira como seriam utilizados os espaços do “Mercado Público Cultural Várzea Viva”, de acordo com a proposta do projeto arquitetônico apresentada:
Medida emergencial
Além da apresentação do projeto, outra deliberação da reunião foi a necessidade de uma medida protetiva emergencial do imóvel histórico. Por lei, ele deveria ser preservado pela Prefeitura do Recife, pois é considerado um Imóvel Especial de Preservação (IEP) desde 2015.
O pedido da medida emergencial é para minimizar a deterioração do imóvel e, assim, possibilitar o estudo in loco do projeto. A medida consiste na limpeza do espaço, no isolamento com tapumes, na implantação de luz e de banheiros químicos para suprir a demanda do comércio no entorno do Casarão e na articulação com a Guarda Municipal para vigiar o prédio.