Greve

Acabou a greve dos ônibus no Grande Recife? Veja o que foi decidido

A greve, iniciada na segunda-feira (12/08), afetou aproximadamente 1,2 milhão de pessoas por dia na Região Metropolitana do Recife

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Suzyanne Freitas

Publicado em 14/08/2024 às 5:37 | Atualizado em 14/08/2024 às 5:38
Categoria garantiu um reajuste de 4,2%, além de um abono de R$ 180 para quem exerce dupla função, entre outros benefícios - Guga Matos/JC Imagem

O Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco e o Sindicato das Empresas de Ônibus (Urbana-PE) chegaram a um acordo durante uma audiência de conciliação realizada na tarde dessa terça-feira (13/08) na sede do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6).

Com esse acordo, a categoria garantiu um reajuste salarial de 4,2%, elevando o piso dos motoristas de ônibus para R$ 3.189,80.

Além do reajuste, o vale-alimentação foi fixado em R$ 400, um aumento de R$ 34, e o abono para quem exerce dupla função (motorista/cobrador) foi estabelecido em R$ 180.

O sindicato realizou uma assembleia com os trabalhadores para ratificar o acordo, e a circulação dos ônibus foi normalizada desde a meia-noite desta quarta (14).

O acordo também assegurou que, a cada 30 dias, os trabalhadores terão acesso à jornada individual registrada no sistema de frequência.

A jornada começa no momento da checagem do ônibus, antes da primeira viagem, e termina após a prestação de contas.

Quanto à reivindicação por um plano de saúde, ficou decidido que as negociações serão conduzidas pela procuradora-chefe do Ministério Público do Trabalho (MPT-PE), Ana Carolina Vieira.

Essas discussões incluirão a definição do tipo de plano e a porcentagem de contribuição dos trabalhadores que optarem por aderir ao benefício.

A categoria reivindicava, dentro da campanha salarial, reajuste de 5% acima da inflação, entre outros itens:

A proposta apresentada pela Urbana-PE oferecia reajuste de 0,5% acima da inflação, além de:

Outro ponto abordado foi a situação dos funcionários da empresa Vera Cruz. Com a devolução das 36 linhas operadas pela empresa ao Grande Recife Consórcio de Transporte, os rodoviários solicitaram a transferência desses trabalhadores para outras empresas que atuam na região. A transferência das rotas deve ser concluída até o final de agosto.

 

Sobre a greve

A greve, iniciada na segunda-feira (12), afetou aproximadamente 1,2 milhão de pessoas por dia na Região Metropolitana do Recife. A adesão ao movimento foi expressiva, com apenas cerca de 30% da frota operando no primeiro dia, o que impactou significativamente o transporte público e esvaziou as ruas centrais do Recife.

Apesar da determinação do TRT-6 de manter 60% da frota em circulação nos horários de pico, o segundo dia de greve, nesta terça-feira (13), também foi marcado por grandes filas e longas esperas em diversos terminais de ônibus, como o da Macaxeira, na Zona Norte do Recife.

Motoristas e cobradores estacionaram os ônibus em vias importantes, como a Avenida Agamenon Magalhães, ocupando três faixas e obrigando os passageiros a desembarcar no meio do trajeto.

No Terminal Pelópidas Silveira, em Paulista, os coletivos foram deixados estacionados pelos motoristas dentro do terminal, replicando a estratégia de protesto.

Confusões

A greve também provocou momentos de tensão na Grande Recife. Ônibus foram depredados em diferentes locais, incluindo a Avenida Norte, no Recife, e as áreas de UR-11 e Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes, durante a madrugada de terça-feira.

Em um dos incidentes, um motorista foi ameaçado por duas pessoas encapuzadas, segundo relatos da Urbana-PE.

No Terminal Integrado do Barro, na Zona Oeste do Recife, manifestantes bloquearam a saída dos ônibus, carregando cartazes e clamando por melhores condições de trabalho.

Após a reação dos passageiros que tiveram suas viagens interrompidas, a Polícia Militar foi acionada para liberar o terminal.

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