Secretários de Desenvolvimento Econômico do Nordeste debatem sobre investimentos e os impactos do coronavírus

Promovido pelo Consórcio Nordeste, o encontro com os secretários de desenvolvimento econômico foi realizada nesta sexta-feira (15), no Palácio do Campo das Princesas
Mirella Araújo
Publicado em 13/03/2020 às 21:52
O relator e o vice-presidente da CPI votaram contra a convocação do complicadíssimo Carlos Gabas Foto: Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil


Apesar de o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), afirmar que ainda não dá para saber os possíveis impactos econômicos da pandemia do coronavírus, decretada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a reunião entre os secretários de desenvolvimento econômico do Nordeste, realizada nesta sexta-feira (13), tratou do assunto com preocupação. “Nós temos que esperar, estamos trabalhando, é só ver o anúncio de hoje - da implantação do hub de gás natural - que mostra que a a gente está buscando que as oportunidades continuem a acontecer. Agora, vamos primeiro cuidar da vida dos pernambucanos, esse é nosso maior desafio e prioridade”, declarou.

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De acordo com secretário executivo do Consórcio do Nordeste, Carlos Gabas, também houve um encontro com os secretários estaduais de saúde, nesta quinta-feira (12), para traçar uma linha de atuação em conjunto. O primeiro passo é para que as pessoas não entrem em pânico. “Os estados precisam informar a população e isso está sendo feito. É necessário tomar cuidados em relação ao coronavírus e obedecer protocolos. Mas, a gente não pode paralisar o país e a economia, porque se esse pânico é gerado, haverá uma superlotação dos postos de saúde e hospitais, aí sim vamos ter prejuízo”, ressaltou o secretário executivo do Consórcio.

Na visão dele, pessoas que precisam que realmente precisam de atendimento médico, poderão ser prejudicadas, por isso a importância de seguir as orientações médicas para a prevenção.“O próprio alastramento do coronavírus vai gerar algum tipo de retração, de impacto na economia. Essa é uma discussão que nós estamos fazendo aqui e como vamos lidar com essa redução do impacto. Nós temos que potencializar ainda mais o investimento onde ele tem retorno, especialmente para a sociedade”, afirmou.

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Para Gabas, esse é o momento em que não pode haver cortes nas áreas que assistem a população. "Temos que lembrar que no Brasil, o SUS é gerido nos estados e que tem uma capacidade de atendimento. Se mantiver tudo sob controle, se não houver pânico, é possível que o SUS consiga lidar com essa pandemia", ressaltou. Ainda segundo o ex-ministro, é preciso que todos encontrem soluções para que, em termos econômicos, as famílias mais necessitadas sejam atendidas.

"Não se faz economia fazendo cortes, vendendo ativos, não está no nosso radar, simplesmente começar a vender ativos dos estados para pagar conta. Nós tínhamos R$ 4 bilhões de reservar e o governo federal está torrando diariamente essas reservas. Qual a capacidade do governo de investir para gerar emprego?", criticou Gabas. 

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Investimentos para a região

Os oito secretários de desenvolvimento econômico do Nordeste, discutiram estratégias comuns à promoção de novos negócios e geração de empregos para a região. Na pauta, cada executivo apresentou seus projetos prioritários. Entre os temas abordados, estava as relações comerciais com a China e o mundo árabe. Um Plano Emergencial de Emprego e Renda, criado pelo Piauí, foi compartilhado durante o encontro.

Também foi discutida pelos secretários a possibilidade de criação de um fundo comum de ciência e tecnologia e de um fórum de desenvolvimento econômico sustentável. "O nosso potencial para atrair investidores para os nossos projetos integrados, é muito maior porque podemos montar projetos de infraestrutura que acaba atendendo toda a região", explicou o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Bruno Schwambach.

Ele lembrou da missão internacional que os governadores realizaram na Espanha, Itália, Alemanha e França, no ano passado, que renderam frutos à exemplo do protocolo de intenções para a implantação de um Terminal de Gás Natural Liquefeito (GNL) no Complexo Industrial Portuário de Suape. Com aporte de R$ 1,8 bilhão, a perspectiva de geração de 300 empregos diretos e indiretos. "Esse mesmo projeto já foi feito em Sergipe, Alagoas, Maranhão e agora em Pernambuco, tudo fruto das discussões feitas pelos governadores na visita internacional", completa Carlos Gabas

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