Com informações do UOL
O filho 03 do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), acusou, em 2016, a então presidente da República, Dilma Roussef, de tentar controlar a Polícia Federal com a saída do então ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Na publicação feita em seu perfil no Twitter, datada de 29 de fevereiro de 2016, Eduardo comentou a saída do ministro.
"A cadeia é logo ali. Lula, Dilma e PT tentarão controlar a PF através de novo ministro da Justiça", publicou. Na época em que deixou o ministério, Cardozo alegou "uma série de desgastes, seja pessoal ou político".
O filho do presidente Jair Bolsonaro não comentou a semelhança da publicação com a atual crise do governo.
Desde essa quinta-feira (23), havia rumores da exoneração do então diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, demitido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nesta sexta-feira (24). Desde que os rumores começaram, o então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, demonstrou insatisfação com a demissão de Valeixo do cargo, o que levantou suspeitas de uma possível saída do ministério.
O anúncio do pedido de demissão de Moro foi feito no final da manhã desta sexta-feira, durante um pronunciamento. O ex-juiz federal disse que, ao contrário do que anunciado pelo próprio presidente, Valeixo não pediu para sair do cargo, e expôs divergências entre ele e o chefe do Executivo.
"Dialoguei muito com o presidente. Busquei postergar as decisões. Pensei que poderia ser alterado, mas percebi que seria um grande equívoco. Ontem (quinta-feira), conversei e houve insistência do presidente. Falei que seria interferência política e ele disse que seria mesmo", afirmou ao falar de interferências na PF. Momentos depois, disse que "não tenho como persistir sem condições de preservar a autonomia da Polícia Federal ou sendo forçado a concordar com interferência política".
À tarde, o presidente Jair Bolsonaro se manifestou sobre o assunto durante um pronunciamento. Durante o discurso, ele afirmou que "uma coisa é você admirar uma pessoa, outra é conviver com ela", fazendo referência aos problemas com o ex-ministro Sergio Moro, e disse ainda que Maurício Valeixo queria deixar o cargo desde janeiro. No entanto, Bolsonaro disse que Moro teria pedido para exorar o ex-diretor apenas no segundo semestre, ao pedir um cargo no Supremo Tribunal Federal (STF).