Deputado Eduardo Bolsonaro já acusou os ex-presidentes Lula e Dilma de 'tentar controlar a PF' em 2016

Em 2016, José Eduardo Cardozo deixou o cargo de ministro da Justiça. Nesta sexta-feira (24), o ex-juiz federal Sergio Moro anunciou a demissão após Bolsonaro exonerar diretor-geral da Polícia Federal
JC
Publicado em 24/04/2020 às 18:07
O deputado Eduardo Bolsonaro (SP) Foto: LULA MARQUES/FP


Com informações do UOL

O filho 03 do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), acusou, em 2016, a então presidente da República, Dilma Roussef, de tentar controlar a Polícia Federal com a saída do então ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. Na publicação feita em seu perfil no Twitter, datada de 29 de fevereiro de 2016, Eduardo comentou a saída do ministro.

"A cadeia é logo ali. Lula, Dilma e PT tentarão controlar a PF através de novo ministro da Justiça", publicou. Na época em que deixou o ministério, Cardozo alegou "uma série de desgastes, seja pessoal ou político".

O filho do presidente Jair Bolsonaro não comentou a semelhança da publicação com a atual crise do governo. 

Bolsonaro exonera diretor da Polícia Federal

Desde essa quinta-feira (23), havia rumores da exoneração do então diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, demitido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nesta sexta-feira (24). Desde que os rumores começaram, o então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, demonstrou insatisfação com a demissão de Valeixo do cargo, o que levantou suspeitas de uma possível saída do ministério.

O anúncio do pedido de demissão de Moro foi feito no final da manhã desta sexta-feira, durante um pronunciamento. O ex-juiz federal disse que, ao contrário do que anunciado pelo próprio presidente, Valeixo não pediu para sair do cargo, e expôs divergências entre ele e o chefe do Executivo.

"Dialoguei muito com o presidente. Busquei postergar as decisões. Pensei que poderia ser alterado, mas percebi que seria um grande equívoco. Ontem (quinta-feira), conversei e houve insistência do presidente. Falei que seria interferência política e ele disse que seria mesmo", afirmou ao falar de interferências na PF. Momentos depois, disse que "não tenho como persistir sem condições de preservar a autonomia da Polícia Federal ou sendo forçado a concordar com interferência política".

À tarde, o presidente Jair Bolsonaro se manifestou sobre o assunto durante um pronunciamento. Durante o discurso, ele afirmou que "uma coisa é você admirar uma pessoa, outra é conviver com ela", fazendo referência aos problemas com o ex-ministro Sergio Moro, e disse ainda que Maurício Valeixo queria deixar o cargo desde janeiro. No entanto, Bolsonaro disse que Moro teria pedido para exorar o ex-diretor apenas no segundo semestre, ao pedir um cargo no Supremo Tribunal Federal (STF). 

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