Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se reuniram na tarde deste domingo (3) em frente à sede do Comando Militar do Nordeste (CMNE), às margens da BR 232, Km 12, bairro do Curado, Zona Oeste do Recife. Os manifestantes pediam a reabertura do comércio e solicitavam a intervenção das Forças Armadas contra "os crimes do Supremo Tribunal Federal (STF)".
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Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), cerca de 200 pessoas estiveram no local durante o ato que teve início às 14h e foi finalizado às 16h30. A rodovia não chegou a ser fechada. Segundo informou a PRF, foram emitidas 105 autuações durante a manifestação devido ao cometimento de infrações como: estacionar no acostamento, uso do celular ao volante e transitar em rodovia com os faróis apagados.
No início da noite deste domingo, a reportagem do JC registrou uma manifestação na Avenida Visconde de Albuquerque, bairro da Madalena, Zona Oeste da capital pernambucana, próximo à rua que dá acesso ao prédio onde mora o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB). Um grupo de pessoas, vestidas de verde e amarelo e com bandeiras do Brasil, participou do ato.
Houve também espaços para movimentos contrários ao presidente. Pelo menos um vídeo obtido pelo JC registrou panelaços contra Bolsonaro no início da noite, no bairro da Torre, Zona Oeste do Recife. Gritos de "Fora Bolsonaro" e "voltem para casa" deram o tom das manifestações.
É bom lembrar que esses tipos de reuniões ferem o decreto estadual assinado pelo governador do Estado, no dia 23 de março, que proíbe aglomerações com mais de 10 pessoas durante este período de quarentena para evitar a propagação do novo coronavírus. Na época, Paulo Câmara justificou que "a melhor estratégia no combate à disseminação do vírus, neste momento, é o isolamento social".
O presidente Jair Bolsonaro também participou das manifestações que ocorreram em Brasília. O chefe do Executivo afirmou que muitos perderão suas vidas devido a disseminação da covid-19. "O País de forma altiva vai enfrentar seus problemas, sabemos do efeito do vírus, mas infelizmente muitos serão infectados, infelizmente muitos perderão suas vidas também, mas é uma realidade, e nós temos que enfrentar. Não podemos fazer com o que o efeito colateral do tratamento do combate ao vírus, seja mais danoso que o próprio vírus", disse.
Os atos correram no mesmo dia em que o país atingiu a marca de 101.147 infectados e 7.025 pessoas mortas pela doença. Durante o protesto foram registradas agressões contra profissionais do jornal O Estado de São Paulo. Após serem atingidos por chutes, murros, empurrões e rasteiras a equipe de profissionais do jornal paulista tiveram que deixar o local escoltados pela Polícia Militar.