O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, enviou ofício à Procuradoria-Geral da República (PGR) com três notícias-crimes contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Entre as medidas apresentadas está a apreensão dos celulares de Bolsonaro e de um dos filhos dele, o vereador Carlos Bolsonaro. Solicitam ainda o depoimento do chefe do Executivo sobre o caso.
>> Ministro do STF ficou incrédulo com vídeo de Bolsonaro durante reunião
Os despachos enviados nessa quinta-feira (21) foram apresentados pelos partidos PDT, PSB e PV e parlamentares ao ministro do STF. Eles pedem desdobramentos na investigação sobre a suposta interferência de Bolsonaro na Polícia Federal (PF).
>> Oposição entrega à Câmara pedido de impeachment de Bolsonaro
Os partidos também solicitam perícias nos celulares de Maurício Valeixo, ex-diretor geral da Polícia Federal exonerado por Bolsonaro; do ex-ministro da Justiça de Segurança Pública Sergio Moro; e da deputada federal Carla Zambelli (PSL - SP).
A petição foi apresentada no âmbito do inquérito que investiga a suposta interferência de Bolsonaro na PF a partir de acusações feitas por Moro quando de sua demissão do governo, no final de abril.
O ex-ministro, delegados da PF, Zambelli e outras testemunhas já foram ouvidos, e o inquérito segue em andamento, sem data para conclusão. No centro da investigação, está o vídeo de uma reunião ministerial realizada no 22 de abril no Palácio do Planato quando, segundo Moro, Bolsonaro manifestou seu interesse em ter acesso a casos apurados pela Polícia Federal. Celso de Mello, relator do caso no STF, já assistiu às imagens, e segundo seu gabinete, decidirá ainda nesta sexta-feira (22) se derrubará o sigilo do vídeo.
O filho do presidente, vereador Carlos Bolsonaro, que também teve seu celular solicitado, reclamou da possível apreensão de seu celular.