Atualizada às 21h10
A divulgação do vídeo da reunião ministerial citada pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, como prova de que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teria tentado interferir politicamente na Polícia Federal (PF) já começa a repercutir no meio político. Nas redes sociais já são várias as citações de deputados, senadores e governadores à gravação, que foi liberada na tarde desta sexta-feira (22) pelo ministro Celso de Mello, relator do processo que investiga o caso no Supremo Tribunal Federal (STF).
>> Veja a transcrição do que Bolsonaro e ministros falaram na reunião do dia 22 de abril
Após compartilhar trecho do vídeo da reunião na sua conta do Twitter, o senador pernambucano Humberto Costa (PT) foi sucinto e disse: "Bolsonaro acabou".
Aliada do presidente e uma das protagonistas do escândalo que culminou com o desembarque de Moro do governo, Carla Zambelli (PSB) divulgou o vídeo e afirmou que a gravação "mudará a República".
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) ironizou a fala de juristas sobre a possibilidade de pedir impeachment de Bolsonaro por conta das falas da reuniões. "O caso é de impedimento por falta de bom senso. Não sei se existe no arsenal jurídico. Houve com Delfim Moreira, caso clínico. Aplica-se ainda que difícil de comprovar? Duvido", disse.
"Não é uma reunião de trabalho de ministros, é a cúpula do Poder Executivo tramando um golpe contra a democracia", disparou o deputado federal Marcelo Freixo (Psol).
O deputado federal Bohn Gass (PT), criticou no Twitter uma das falas de Bolsonaro no vídeo, quando ele fala que suas "bandeiras são família, deus, Brasil e armamento". Para o parlamentar, o foco do presidente estaria sendo direcionado para prioridades contestáveis.