Atualizada às 21h20
O ministro do Meio Ambiente do governo Bolsonaro, Ricardo Salles, durante a reunião ministerial, divulgada nesta sexta-feira (22) pelo ministro Celso de Mello, sugeriu que o governo deveria aproveitar a atenção da imprensa dada à pandemia do novo coronavírus para 'passar reformas infralegais de desregulamentação' e simplificar normas.
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"Precisa ter o esforço nosso aqui enquanto estamos nesse momento de tranquilidade no aspecto de cobertura de imprensa, porque só fala de covid, e ir passando a boiada, ir mudando todo o regramento e simplificando normas, de Iphan, de Ministério da Agricultura, Ministério do Meio Ambiente, ministério disso, ministério daquilo”, estimulou Salles.
O ministro do Meio Ambiente diz ainda que seria difícil conseguir o apoio do Congresso Nacional para aprovar as mudanças neste momento, mas que muitas das reformas não precisariam do aval dos parlamentares. "Agora tem um monte de coisa que é só, parecer, caneta, parecer, caneta. Sem parecer também não tem caneta, porque dar uma canetada sem parecer é cana", defendeu.
Salles afirmou ainda que era necessário deixar o advogado-geral da União, na época André Luiz de Almeida Mendonça, de prontidão, para eventuais contestações do governo na Justiça.
A fala gerou repercussão nas redes sociais. O senador Randolfe Rodrigues (Rede) publicou em seu Twitter que chega a ser nojenta a crueldade da fala de Salles. "Esse criminoso perverso quer se utilizar das mortes da pandemia p/ continuar seu projeto de destruição do Meio Ambiente [sic]", postou.
Outro que comentou sobre a fala na rede social foi youtuber Felipe Neto, dizendo que o ministro falou 'com todas as letras' para o presidente aproveitar a pandemia para fazer mudanças na legislação.
A atriz Giovanna Ewbank e a candidata a vice-presidente da República na eleição de 2018, Manuela d'Ávila, também replicaram a fala.