Após a Polícia Federal (PF) prender a militante bolsonarista Sara Winter e buscar outros cinco líderes do "300 do Brasil", o ex-ministro Sérgio Moro afirmou em publicação no Twitter que a "prisão de radicais" que ameaçam o Supremo Tribunal Federal (STF) e seus ministros é correta.
"A liberdade de expressão protege opiniões, mas não ameaças e crimes. O debate público pode ser veemente, mas não criminoso", declarou Moro.
A prisão de Sara Winter e de outros cinco militantes bolsonaristas foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, no âmbito do inquérito sobre a organização de atos antidemocráticos. Segundo o Estadão, os militantes são investigados pelo crime de associação criminosa, previsto no artigo 288 do Código Penal.
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Os pedidos de prisão foram feitos pelo vice-procurador-geral da República Procuradoria-Geral da República Humberto Jacques de Medeiros e enviados ao gabinete de Alexandre de Moraes na sexta feira, dia 12.
Além de ser uma das investigadas no inquérito das fake news, Sara é conhecida por participar de protestos anti-Congresso e STF. No início do mês, Winter chegou a publicar vídeos nas redes sociais ameaçando o ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito.
O ministro, um dia antes da prisão da militante, fez publicação no Twitter chamando organizações antidemocráticas de "criminosas".
Uma das principais aliadas do presidente Jair Bolsonaro, a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) se manifestou, por nota, sobre a prisão de Sara Winter. Segundo a parlamentar, ela pediu há alguns dias que Sara e seu grupo baixassem a temperaturas das manifestações, sem sucesso.
"Ela fez o contrário, aumentou a temperatura e tem uma personalidade explosiva, mas nem de longe é uma pessoa perigosa. Estamos em tensão constante, pois membros do STF vem invadindo os poderes Executivo e Legislativo. Precisamos nos unir! Unir em torno do governo, pois estamos no momento mais duro da República", escreveu Zambelli.