Weintraub deixa o Ministério da Educação e confirma convite do Banco Mundial

A informação foi confirmada na tarde desta quinta-feira
JC
Publicado em 18/06/2020 às 16:07
Além do inquérito que apura suposto crime de racismo em uma publicação contra a China, Weintraub é alvo do inquérito que apura ‘fake news’ Foto: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL


Abraham Weintraub anunciou, na tarde desta quinta-feira (18), que deixou o Ministério da Educação. A informação foi confirmada pelo próprio Weintraub ao lado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Twitter. "Dessa vez é verdade. Eu estou saindo do MEC", disse. Segundo Weintraub, o novo ministro deve assumir a pasta nos próximos dias. O nome mais cotado para assumir a pasta é Carlos Nadalim, secretário nacional de Alfabetização e também seguidor do guru bolsonarista Olavo de Carvalho.

>> Saída de Weintraub do Ministério da Educação deve ser oficializada nesta quinta-feira

>> Bolsonaro vê 'problema' e avalia demitir ministro Weintraub

>> O clamor pela demissão de Weintraub já é consensual em todo o Palácio do Planalto

>> Weintraub deve pedir exoneração do Ministério da Educação, diz revista Veja

Sem dar explicações sobre os motivos que o levou a pedir exoneração do cargo, Weintraub afirmou que recebeu o convite para ser diretor do Banco Mundial. "Nesse momento, eu não quero discutir os motivos da minha saída. O importante é dizer que eu recebi um convite para ser diretor de um banco, eu já fui diretor de um banco do passado, volto ao mesmo cargo, porém, no Banco Mundial. O presidente já referendou, obrigado presidente, e, com isso, eu, a minha esposa, os nossos filhos e até nossa cachorrinha, a gente vai poder ter a segurança que hoje está me deixando muito preocupado", comentou. 

Weintraub declarou ainda que "segue apoiando o presidente" e "lutando pela liberdade". Durante todo o discurso, ele agradeceu, por várias vezes, o chefe do Executivo. "Agradeço a honra que foi participar do seu governo e desejo toda sorte e sucesso nesse desafio gigante que é tentar salvar o Brasil. Eu continuarei lutando pela liberdade, só que eu vou continuar lutando de outra forma", continuou. 

Em seguida, o presidente Jair Bolsonaro pediu para falar e expressou que "o momento é difícil". "Todos os meus compromissos de campanha continuam de pé. Eu busco implementá-lo da melhor maneira possível. A confiança você não compra, você adquire. Todos que estão nos ouvindo agora são maiores de idade e sabem o que o Brasil está passando, e o momento é de confiança. Jamais deixaremos de lutar pela liberdade. Eu faço o que o povo quiser", disse. 

 

Veja o discurso

A possibilidade de Weintraub deixar o MEC vinha sendo levantada nas últimas semanas. O argumento dos que são a favor da demissão é de que Weintraub é um gerador de crises desnecessárias em um momento em que o presidente, pressionado por pedidos de impeachment, inquérito e ações que pode levar à cassação do mandato, tenta diminuir a tensão na Praça dos Três Poderes. A situação de Weintraub piorou após ele se reunir, no domingo (14), com manifestantes bolsonaristas. O grupo desrespeitou uma ordem do governo do Distrito Federal para não realizar atos na Esplanada dos Ministérios.

No encontro com os apoiadores do presidente, o ministro repetiu os ataques ao Supremo. "Eu já falei a minha opinião, o que faria com esses vagabundos." A declaração remete ao que ele já havia declarado na reunião ministerial do dia 22 de abril, quando disse que colocaria na cadeia os ministros da Corte, a quem classificou como "vagabundos". Ele responde a um processo por causa dessa afirmação.

Bolsonaro chegou a criticar a participação de Weintraub na manifestação. Para o chefe do Executivo, a presença dele no ato "não foi prudente, apesar de nada de grave ter falado". Segundo apurou o Broadcast/Estadão, na última segunda-feira (15), Bolsonaro esteve reunido com o então ministro para discutir sua possível exoneração "sem traumas".


TAGS
política Abraham Weintraub Ministério da Educação
Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory