Após o, agora, ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, ter anunciado a exoneração ao cargo nesta quinta-feira (18), políticos repercutiram no Twitter a saída dele e, apesar da maioria ser favorável, dividiram opiniões. Weintraub deixou a pasta afirmando ter recebido um convite para ser diretor do Banco Mundial, mas não entrou em detalhes.
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A deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP) usou uma hashtag irônica com o nome do ex-ministro "#WeinTarde" e afirmou que se a possível saída já não tivesse sido anunciada, ela diria que era artimanha do presidente da República para abafar a prisão de Queiroz. Na publicação, ainda ainda classificou Weintraub como "pior ministro da educação da história". "É um alívio para milhões de jovens brasileiros".
A deputada federal do PT por Pernambuco, Marília Arraes, ressaltou que Weintraub "sai de onde nunca deveria ter estado, mas a luta pela educação permanece", e utilizou a hashtag "#GrandeDia" que o presidente da República utiliza comemorando as derrotas da oposição.
Marília apresentou um projeto de lei nesta quinta que garante cota para negros, indígenas e pessoas com deficiência nos cursos de pós-graduação nas universidades e instituições federais. Na ocasião, antes da demissão ser anunciada, ela também comentou que Weintraub "tenta atacar mais este direito, mas não vai conseguir. O ministro sairá, e os direitos permanecerão".
O ex-governador do Ceará e candidato à presidência em 2018 pelo PDT, Ciro Gomes, capacitou o ex-ministro como "incompetente", e deu um aviso. "vou pedir ao PDT para, nos tribunais, buscar desfazer seu último crime como ministro, que foi acabar as cotas para negros, índios e deficientes nas pós-graduações".
A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) afirmou que Weintraub "não caiu pelo desastre na educação, uma vez que a ignorância é o projeto do governo Bolsonaro para a área". "Caiu porque expôs de forma crua a delinquência do bolsonarismo. Devia acabar preso, mas parece que será agraciado com um cargo no Banco Mundial". Kokay também o classificou como "o pior ministro da educação". "Agora, só falta o presidente".
O deputado federal João Campos (PSB-PE) também utilizou a frase usada por Bolsonaro quando a oposição tem alguma derrota, "grande dia", com a bandeira do Brasil ao lado.
Marcelo Freixo, deputado federal pelo PSOL do Rio de Janeiro, comentou que Bolsonaro está usando Weintraub para desviar as atenções "da prisão do seu amigo do peito, o Queiroz, operador dos esquemas da família". "Adeus, Weintraub! Já vai tarde! Agora, seguiremos questionando as relações do presidente e dos seus filhos com o crime organizado", ressaltou.
O coordenador da Frente Povo Sem Medo, do MTST e candidato à presidência em 2018 pelo PSOL, Guilherme Boulos, fez uma publicação discreta exaltando Paulo Freire, o patrono da Educação. "Weintraub sai. Paulo Freire fica".
Já o presidente Nacional do PTB e ex-deputado, Roberto Jefferson, lamentou a saída do ministro. "Uma pena que Abraham Weintraub esteja deixando o Ministério da Educação. Ele enfrentou com muita bravura, coragem e inteligência a esquerda que infesta as áreas universitária cultural".
Por nota, o deputado federal pelo PSB em Pernambuco, Danilo Cabral, disse esperar que o novo ministro tenha foco na educação e não no tensionamento com as instituições, comunidades acadêmicas e escolas. "Em 18 meses de governo, esperamos que o novo ministro seja alguém que cuide verdadeiramente da educação brasileira. Os dois antecessores não cumpriram o papel de quem deveria conduzir a policia de educação do país". Cabral pediu, ainda, que o novo ministro reposicione o Plano Nacional da Educação (PNE), "é preciso termos alguém que lute para viabilizar mais recursos para a educação pública brasileira".
A página oficial do PSDB no Twitter comemorou a saída "O ex-ministro da Educação já vai tarde". "Com Abraham Weintraub como titulas da pasta nos acostumamos a agressões gratuitas, desprezo ao bom senso, ofensas às instituições e descuidos com o português". "Weintraub nunca se portou como um ministro", completou.
O perfil oficial do partido Novo também criticou a atuação do ex-ministro. "Esperamos que o cargo de ministro da Educação seja ocupado por um quadro técnico, competente e qualificado à altura desta pasta. Há muito o que fazer e estamos atrasados".