Conselheiro do TCE faz alerta de responsabilização à Prefeitura do Recife

O alerta se baseou num relatório feita pela auditoria do TCE que diz que faltam clareza e informações no portal da transparência com relação às contrataçoes da covid-19
JC
Publicado em 09/07/2020 às 17:44
O conselheiro Carlos Porto fez um alerta ao prefeito Geraldo Júlio |(PSB) sobre supostas irregularidades no portal da transparência Foto: Foto: Guga Matos/JC Imagem


O conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Carlos Porto enviou um alerta de responsabilização ao prefeito do Recife, Geraldo Júlio (PSB), cobrando mais transparência no portal do município com relação às despesas realizadas no enfrentamento ao coronavírus. As falhas apontadas incluem desde falta de dados nas dispensas de licitações até informações relativas à implantação dos hospitais de campanha. O conselheiro deu um prazo de 15 dias para que "sejam feitas as correções necessárias para sanear os achados do relatório de monitoramento".

>> Relatório do TCE aponta supostas irregularidades da Prefeitura do Recife com relação à transparência

O relatório (de nº 2000061) foi elaborado por um auditor daquela corte. E a expedição do alerta ocorreu como consequência de um requerimento feito pelo Ministério Público de Contas (MPCO). De acordo com o documento, ocorreram problemas na transparência em todos os hospitais de campanha sem a publicação dos documentos previstos em algumas resoluções do TCE, como a de nº 33/2018 e 91/2020, e também a lei federal 13.979, que estabelece os procedimentos a serem realizados nas contratações emergenciais para combater a covid-19. Nessa última, os contratos ou empenhos relacionados ao coronavírus deveriam ser colocados nos portais da transparência em até dois dias depois de assinados.

Ainda segundo o TCE, ocorreu falta de transparência em contratações nas seguintes unidades: Hospital da Mulher do Recife, na Unidade Pública de Atendimento Especializado (UPAE) Arruda, nos Hospitais Provisórios do Recife (HPR) I (Aurora), II (Coelhos), e III (Imbiribeira).

A auditoria também apontou "falta de clareza no objeto de várias dispensas emergenciais da Covid-19, como a não publicação na íntegra dos contratos firmados" e a não divulgação das "quantidades dos objetos contratados ou adquiridos para o enfrentamento da covid-19". O relatório também aponta que não é
No próprio alerta, o relator cita que auditores do TCE, o Ministério Público Federal (MPF) e o MPCO já tinham enviado recomendações à Prefeitura para correção das irregularidades. Segundo Carlos Porto, as orientações anteriores não foram atendidas pela Prefeitura.

O conselheiro também pede a Prefeitura do Recife para enviar um relatório detalhado comprovando a correção das supostas irregularidades em 20 dias a contar do dia do alerta de responsabilização emitido no último dia 02 de julho.

Ainda no relatório que deu origem ao alerta, o documento aponta a seguinte irregularidade: o "Portal da Transparência da Prefeitura da Cidade do Recife (PCR) não está disponibilizando informações estruturadas, de modo online". A lei diz que a informações tem que estar de modo estruturado para possibilitar que qualquer cidadão extraía um arquivo eletrônico de forma segmentada, permitindo gerar novas informações e relatórios qualitativos e quantitativos. O documento analisou o portal municipal no período de 08 de junho a 27 de junho.

RESPOSTA

Em nota, "a Prefeitura do Recife informa que o seu Portal da Transparência, que já foi classificado várias vezes como o melhor do Brasil e de Pernambuco pelo Ministério Público Federal, Controladoria Geral da União, ONG Contas Abertas e pelo TCE-PE, cumpre todos os requisitos da legislação".

E continua: "todas as compras da pandemia não só estão publicadas no Portal, como tiveram a íntegra dos processos enviadas em meio digital para o TCE, MPPE e MPF, por iniciativa da Prefeitura. As exigências de publicidade da Lei Federal 13.979/2020 são integralmente cumpridas. O link específico disponibilizado no Portal da Transparência mostra o processo de compra ou contratação, o nome do contratado, o CNPJ, o prazo e valor. Permite a extração em diversos formatos eletrônicos e tem um link de Dados Abertos. Quanto ao solicitado pelo Conselheiro Carlos Porto, de oferecer informações além daquelas exigidas pela lei, a Prefeitura informa que está providenciando o atendimento".

 

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