carnaval 2021

"Isso vai ser um tema discutido durante a transição", diz João Campos sobre o Carnaval do Recife em 2021

O futuro prefeito do Recife também afirmou, nesta terça-feira (1º), que a decisão deve ser tomada com responsabilidade

Bruna Oliveira
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Bruna Oliveira
Publicado em 01/12/2020 às 19:57 | Atualizado em 01/12/2020 às 20:39
Foto: Arnaldo Carvalho / JC Imagem
Galo da Madrugada de 2020, o último a desfilar antes da pandemia da covid-19 - FOTO: Foto: Arnaldo Carvalho / JC Imagem

A pandemia do novo coronavírus já ocasionou o cancelamento e mudança de diversas festas em Pernambuco, onde algumas cidades até mesmo já excluíram a possibilidade de haver festejos natalinos e de Réveillon. Esse fato somado à chegada de 2021, gera expectativa sobre o acontecimento ou não de uma das maiores festas do Estado: o Carnaval do Recife. Expectativa essa que deve se estender por mais algum tempo, já que na tarde desta terça-feira (1º) o futuro prefeito da cidade, João Campos (PSB), afirmou que o tema "vai ser um tema discutido durante a transição".

"A discussão em torno do Carnaval também vai ser feita nesse mês junto com a futura gestão e atual gestão dialogando com o Estado de Pernambuco, que é a autoridade sanitária do nosso Estado, dialogando também com outras capitais que têm o Carnaval de grande porte assim como Recife", declarou o deputado federal após reunião com o atual prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), para debater a transição. Recife, segundo o boletim divulgado nesta terça-feira (1) tem 41.222 casos da covid-19.

Em entrevista concedida à Rádio Jornal mais cedo, o futuro prefeito afirmou que tem vontade de ver, todos os anos, o Recife como cidade com o maior Carnaval no mundo, mas que, no entanto, isso não é suficiente. "Se dependesse do desejo ou vontade pessoal minha, tenho certeza que de Geraldo também, a gente gostaria de ver, todos os anos, Recife com o maior Carnaval em linha reta do mundo, como é nossa tradição, mas não depende só da vontade ou do desejo. A gente tem que ter responsabilidade ao decidir as coisas", disse.

Além disso, João Campos também pontuou sobre a importância do Carnaval para a economia da cidade e que isso deve ser levado em consideração. "A decisão a ser tomada é pensado na cidade saúde das pessoas, pensando na questão econômica e cultural. [pensando em] Como é que a gente vai poder construir essa alternativa", declarou.

Lançado pelo partido que atualmente gere a cidade, a opinião de João Campos vai ao encontro com a de Geraldo Julio. "O Carnaval tem uma importância muito grande para a economia, porque é geração de renda, no qual milhares de pessoas têm a oportunidade de trabalhar. Precisa esperar os números da pandemia para ter um posicionamento, a questão da vacina", falou Geraldo que também concedeu entrevista à Rádio.

Réveillon

Sobre o Réveillon, Geraldo Julio não deu um posicionamento sobre ele ocorrer ou não, mas afirmou que "um planejamento foi feito para a ocasião". Apesar do futuro do fim de ano da capital pernambucana ainda ser incerto, algumas cidades do Estado, como Caruaru, Petrolina e Tamandaré confirmaram, nessa segunda-feira (30), o cancelamento das festividades do Natal e Réveillon.

OUTRAS CIDADES

Em decorrência da pandemia do novo coronavírus, a Prefeitura de Caruaru, localizada no Agreste de Pernambuco, anunciou, nesta segunda-feira (30), que a programação de Natal e Réveillon da cidade foi cancelada. Além do município, à reportagem do JC, as cidades de Petrolina, no Sertão, e Tamandaré, no Litoral Sul, também afirmaram cancelamento da programação das festividades.

Com 11.080 casos e 376 óbitos por covid-19, dados divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde até esse domingo (29), Caruaru afirmou, em nota, que irá focar "todas as atenções para o combate e prevenção do vírus na cidade".

Questionada pelo JC sobre a programação de Natal e Réveillon na cidade, a Prefeitura de Petrolina afirmou que, assim como Caruaru, os eventos foram cancelados por causa da pandemia, que tirou a vida de 125 pessoas no município e infectou 9.305 pessoas. Os dados foram divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde nesse domingo.

Já o município de Tamandaré, composto por suas belas praias, afirmou que "desde o início da pandemia, cancelou todos os eventos", dessa forma, a programação de Natal e Réveillon também foi cancelada. Até esse domingo, o município contou com 485 casos confirmados e 16 mortes.

Gravatá

Localizada no Agreste de Pernambuco, o município de Gravatá afirmou que os tradicionais eventos como desfile e teatro, realizado pelas ruas durante as festividades, foram cancelados este ano. No entanto, a cidade contará com uma iluminação especial.

Festividades canceladas ou modificadas em decorrência da pandemia

Neste ano, a pandemia do novo coronavírus, que teve os primeiros casos de covid-19 confirmados em março, fez com que Pernambuco optasse por cancelar ou modificar suas festividades ao longo do ano.

A Páscoa no Estado em 2020 não contou com a tradicional Paixão de Cristo, peça apresentada em diversas cidades do Estado, como Recife, Olinda e Nova Jerusalém.

Em junho, os festejos de São João foram cancelados nas principais cidades do Estado para evitar aglomerações e possíveis novos casos da doença, inclusive o município de Caruaru, maior dos polos pernambucanos. O município na época teve um prejuízo estimado em R$ 200 milhões.

A Independência do Brasil foi comemorada de forma diferente em Pernambuco em 2020. Com o tradicional desfile cívico-militar do dia 7 de Setembro cancelado, a celebração se deu em frente ao Palácio do Campo das Princesas, sede do Governo de Pernambuco, onde as bandeiras do Brasil, de Pernambuco e da insígnia do governo foram hasteadas na data.

O Dia de Finados, comemorado em 2 de novembro, também foi como nenhum outro devido à pandemia da covid-19. Em Pernambuco, prefeituras organizaram esquemas para conferir segurança sanitária durante as visitas aos cemitérios e, assim, evitar aglomerações e a transmissão do novo coronavírus. As tradicionais missas também foram suspensas nos principais equipamentos do Estado, como os localizados no Recife, no Cabo de Santo Agostinho e em Olinda, no Grande Recife, e em Caruaru, no Agreste. No entanto, a visitação continuou livre nos cemitérios, desde que os protocolos sanitários sejam cumpridos pelos visitantes, que também precisaram mudar hábitos.

No Recife, os cinco cemitérios públicos estiveram com necrópoles abertas à visitação das 7h às 18h, em que foi permitida apenas a entrada de visitantes com máscara. A prefeitura reforçou os serviços de limpeza e manutenção, inclusive com álcool em gel para higienização das mãos dos visitantes nos acessos aos cemitérios. Nas entradas dos equipamentos, houve o apoio da guarda municipal e da vigilância da Emlurb para orientar os visitantes.

Sem a tradicional Procissão da Bandeira, que leva uma multidão às ruas da Zona Norte do Recife para reverenciar a santa padroeira do coração de Pernambuco, e novamente com um dia a mais de programação, a Festa do Morro começou nesse sábado (28) no Morro da Conceição com uma série de adaptações para evitar a disseminação do novo coronavírus. As missas, assim como o novenário, tem sido transmitidas pela internet, através do canal do Santuário de Nossa Senhora da Conceição no YouTube. A orientação da arquidiocese é de que pessoas do grupo de risco fiquem em casa, enquanto os fiéis que optam por acompanhar as celebrações presencialmente devem respeitar as regras.

Quem quiser subir o Morro precisará seguir as regras sanitárias. A entrada no santuário se dão pelos portões A e B, próximos à torre. Dentro do templo, estão sendo dispostos 120 bancos, para duas pessoas cada, totalizando 240 pessoas dentro do santuário. Do lado de fora, foi montada uma estrutura com duas tendas e 300 cadeiras, dispostas de modo que haja distanciamento de 1,5 metro entre elas. As portas de vidro das laterais do templo foram retiradas, para melhor circulação do ar. Ao fim da missa, os fiéis saem pela lateral do santuário, terão acesso à santa brevemente e em seguida deverão sair pelo portão G. Os portões E e F estarão fechados. Já os portões C e D servirão de entrada para fiéis que desejem apenas ter acesso à imagem da Imaculada. Para esses, a saída também é pelo portão G. No entorno da santa, marcas no chão determinam o distanciamento dos fiéis. Cada portão de entrada conta com um segurança e dois casais de voluntários, que medirão a temperatura e farão higienização de mãos com álcool em gel.

As mudanças também valem para quem quiser acender velas. O velário está isolado. Voluntários recebem as velas, que são higienizadas. Pias para a lavagens de mãos foram instaladas em todo o entorno do santuário.

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