A eleição de 2020, em especial no Recife, teve consequências que podem reverberar na aliança estadual entre PSB e PT. Depois de um segundo turno acirrado em que João Campos (PSB) apostou no antipetismo contra Marília Arraes (PT), uma ala do PT quer o desembarque do governo. Caso isso se concretize, o mesmo movimento será feito pelos deputados do PT na Alepe.
"A princípio, são dois momentos diferentes. O primeiro ainda é esse de definição da permanência ou não (no governo), depois como nós vamos nos colocar na Assembleia Legislativa", explica o deputado estadual, Doriel Barros, presidente do PT-PE.
Com a aproximação do fim de ano, o martelo só deve ser batido em 2020.
A grande incógnita é se ao sair do governo, o PT iria necessariamente para a bancada de oposição. Além de Doriel, há Teresa Leitão (PT), uma das principais defensoras do rompimento da aliança com o PSB e Dulci Amorim (PT), cujo marido, Odacy Amorim, foi candidato a prefeito de Petrolina com o apoio do PSB.
Teresa Leitão (PT) fez um balanço da eleição do Recife no plenário, em um discurso duro contra o PSB. Para a petista, os ataques ao PT feitos pela campanha de João Campos tornam a aliança entre dois partidos insustentável."O PT lhe fará oposição, prefeito. Pode acreditar que na Câmara Municipal lhe fará oposição. E eu espero que a gente se reposicione no estado e aqui na Alepe também", disse.
Antonio Coelho, em seguida, disse vislumbrar a possibilidade do PT fazer uma "oposição programática contra o PSB", o que foi rejeitado por Teresa, por conta de "conexões nacionais". Para Doriel, é certo que o PT não será "liderado pela oposição".
O cientista político Alex Ribeiro diz que o desafio da oposição vai ser justamente atrair diferentes atores políticos em um único bloco. "O comum será a formação de mais blocos. Quem ganha com isso é a base governista", avalia Alex.