Alepe compra hotel e empresarial por R$ 7,7 milhões para expandir centro administrativo

A aquisição dos imóveis foi oficializada na edição do Diário Oficial de Pernambuco desta quarta-feira (23)
Marcelo Aprígio
Publicado em 23/12/2020 às 14:08
São 49 deputados estaduais na Assembleia Legislativa de Pernambuco Foto: ALEPE/DIVULGAÇÃO


A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) irá gastar R$ 7,7 milhões na compra, sem licitação, de dois imóveis vizinhos da sua sede, no bairro da Boa Vista, no Centro do Recife: o Hotel União e um edifício empresarial chamado Espaço Macambira.

A aquisição dos imóveis foi oficializada na edição do Diário Oficial de Pernambuco desta quarta-feira (23).

ATUALIZAÇÃO: ALEPE QUER DEMOLIR HOTEL UNIÃO, GASTANDO ATÉ R$ 579.338,91. ENTENDA 

O Espaço Macambira já foi usado como anexo do parlamento estadual. Lá, já funcionaram os setores de Comunicação Social e Consultoria Legislativa da Casa.

Pertencente à empresa L.C.L Indústria e Comércio LTDA, o imóvel deve ser vendido à Alepe por R$ 3,9 milhões.

Já o Hotel União, que ainda está em funcionamento e pertence a Cleber Augusto Frazão e Maria do Desterro Novaes Frazão, será adquirido por R$ 3,8 milhões.

No estabelecimento, funcionários que pediram para não serem identificados, dizem ter sido pegos de surpresa, visto que têm trabalhado normalmente e não foram comunicados na venda.

Centro administrativo

Segundo a Alepe, as aquisições ocorrem para possibilitar a ampliação do centro administrativo da Casa, mais precisamente a Escola do Legislativo, que hoje funciona na Avenida João de Barros, 681, no bairro da Boa Vista.

Além disso, a Casa tem a intenção de instalar um balcão de serviços, para prestar serviços voltados ao atendimento à população em geral, com a Defensoria Publica, a Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon-PE), mediante convênios com esses órgãos.

O custo com as obras de ampliação da legislativo pernambucano, porém, não foram informados pela assessoria.

Isso porque, segundo o órgão, somente será possível estimar posteriormente a realização de um projeto formal voltado para isto.

"Nenhum projeto poderia ser concebido sem que a Alepe possuísse o imóvel", diz trecho da nota enviada ao JC.

Ainda na nota, a Casa afirma que essa aquisição "foi fruto de economias que a atual gestão realizou. Acabando com todos os aluguéis de imóveis que serviam para abrigar diversos setores, por exemplo, foi possível trazer aos cofres da Alepe uma economia em torno de R$ 3 milhões por ano."

Apesar de constar no Diário Oficial que a compra ocorre mediante dispensa de licitação, a Casa nega tal fato e, contraditoriamente, afirma que a lei de licitações permite que em casos de aquisição de imóveis ocorra uma dispensa de licitação, "com algumas exigências legais, as quais foram amplamente atendidas".

Leia a íntegra da nota:

"1. O referido imóvel foi adquirido no intuito de se ampliar o centro administrativo da Alepe, mais precisamente a Escola do Legislativo, assim como setores voltados ao atendimento à população, tendo em vista que a gestão atual busca disponibilizar espaços destinados à Defensoria Publica, ao PROCON, mediante convênios com esses órgãos. Será instalado um balcão de serviços, fortalecendo a política de parcerias que a Mesa Diretora vem conduzindo, trazendo os pernambucanos para dentro da Assembleia Legislativa.

2. Em relação ao custo com essa ampliação, somente será possível estimarmos posteriormente a realização de um projeto formal voltado para isto, pois nenhum projeto poderia ser concebido sem que a ALEPE possuísse o imóvel.
No entanto, é válido destacar que essa aquisição foi fruto de economias que a atual gestão realizou. Acabando com todos os aluguéis de imóveis que serviam para abrigar diversos setores, por exemplo, foi possível trazer aos cofres da Alepe uma economia em torno de R$ 3 milhões por ano.

3. Quanto à forma como foi adquirido o imóvel, a compra não ocorre sem licitação. A lei de licitações permite que em casos de aquisição de imóveis ocorra uma dispensa de licitação, com algumas exigências legais, as quais foram amplamente atendidas.
O processo encontra-se totalmente instruído, tanto no aspecto administrativo, financeiro e jurídico.

Superintendência de Comunicação
Assembleia Legislativa de Pernambuco"

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