Marcelo Antônio Cataxo Queiroga, de 55 anos, foi escolhido novo ministro da Saúde nesta segunda-feira (15), pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Queiroga é paraibano, formado em medicina pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) desde 1988 e concluiu a residência médica no Hospital Adventista Silvestre, no Rio de Janeiro, em 1992.
O novo ministro atua, desde 2019, na presidência da Sociedade Brasileira de Cardiologia e cursa doutorado em Bioética, na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, em Portugal. Além disso, é cardiologista no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires e diretor do Departamento de Hemodinâmica e Cardiologia do Hospital Alberto Urquiza Wanderley, na Paraíba. É casado com uma médica e pai de três filhos.
Apoiador de longa data do presidente da República, Marcelo Queiroga já aparecia em outubro de 2018 nas redes sociais defendendo o então candidato ao Planalto, a quem definia como "um patriota, homem simples, espirituoso e sensível".
Em uma publicação de 11 de outubro de 2018, ele relata uma conversa que teve com o então candidato durante um café da manhã. "Ele é um homem simples e preparou o café da manhã que tomamos. Falamos sobre a minha Paraíba, a qual ele conhece bem e tem apreço, e sobre as necessidades do Nordeste. Disse-me que o governo teria o suporte dos melhores técnicos. Sobre a classe médica e suas demandas, o Jair diz que sempre votou a favor da categoria e que frearia a abertura indiscriminada de escolas médicas e a importação ilegítima de 'médicos' cubanos. Enfim, um brasileiro de classe média, servidor público, com vontade de servir ao nosso povo", disse.
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Apesar da demonstração pública de afinidade política com Bolsonaro, o cardiologista mostrou-se favorável ao distanciamento social e ao utilização da máscara de proteção. Além disso, o médico não acredita em tratamento precoce, e já participou de diversos seminários virtuais, desde o início da pandemia da covid-19, onde aconselhou o cumprimento das medidas de prevenção recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Queiroga é o quarto ministro da Saúde do governo Bolsonaro, e foi escolhido para ocupar o lugar de Pazuello após Ludhmila Hajjar, também médica cardiologista, recusar o convite feito pelo presidente. A profissional argumentou ter motivações "técnicas" e disse que possui "divergências" com o presidente Jair Bolsonaro em temas como uso da cloroquina, adoção de medidas mais restritivas e lockdown.
"Assuntos como cloroquina, como se acredito em lockdown, são secundários, não deveriam estar sendo discutidos. Lockdown é demonstrado cientificamente que salva vidas", disse Hajjar à CNN.
O principal desafio do novo ministro será acelerar o processo de vacinação em massa da população. Até agora, o país vacinou cerca de 4,59% da população com a primeira dose de imunizantes, percentual que corresponde a 9,7 milhões de pessoas. O Brasil acumula, até o momento, mais de 279 mil mortes por covid-19.