mudança de postura

Bolsonaro autoriza, e redes sociais do Planalto começam a incentivar uso de máscara e distanciamento

Essa é mais uma sinalização da tentativa de uma mudança de postura do presidente, que é alvo da CPI da covid

Cadastrado por

Elton Ponce

Publicado em 10/04/2021 às 10:40 | Atualizado em 10/04/2021 às 10:41
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse nesta quarta-feira (25) que, a pedido do presidente Jair Bolsonaro, a Pasta analisa a possibilidade de desobrigar o uso de máscaras - DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) autorizou a equipe de comunicação do governo a fazer uma campanha em favor do distanciamento social e do uso de máscaras como métodos para conter a disseminação da covid-19. As informações são da CNN Brasil.

Com isso, já na na noite da sexta-feira (11) e ao longo deste sábado (11) foram veiculadas várias peças de campanha nos perfis oficiais do Planalto.

"Mesmo com a vacinação contra a Covid-19 avançando cada vez mais, é muito importante continuarmos cuidando uns dos outros. Por isso, lave sempre as mãos com água e sabão ou utilize álcool em gel, evite aglomerações, mantenha o distanciamento e use máscara", diz o post.

A sinalização acontece dias depois de o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), instaure a 'CPI da Covid', que mira ações e eventuais omissões do governo Jair Bolsonaro no combate à pandemia. A decisão atende a pedido formulado pelos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Jorge Kajuru (Cidadania-GO), que questionam a inércia de Pacheco em avaliar o requerimento pela investigação, apresentado há 64 dias, no início de fevereiro.

Na defesa de Bolsonaro, o presidente do Progressistas, senador Ciro Nogueira (PI), aliado de primeira linda do presidente, disse nesta sexta-feira, 9, que vai sugerir aos colegas senadores que o escopo da CPI da Covid alcance governadores e prefeitos

Mudança de postura

A pandemia da covid-19 completou um ano e ainda não há entendimento entre os entes federados sobre uma ação coordenada para o seu enfrentamento. Nesse período, o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) criticou as medidas restritivas adotadas pelos estados e municípios, propagou o uso do tratamento precoce da doença com medicamentos cuja eficácia não foi comprovada, e apareceu constantemente sem uso de máscara. A busca pela vacina virou mais um capítulo do acirramento político do país, e diante da falta de um cronograma para compra e distribuição dos imunizantes, estados e municípios encontraram nos consórcios uma forma de agilizar a vacinação da população.

Após pressão, Bolsonaro criou um comitê de enfrentamento à covid-19, mesmo este sendo bastante criticado por algumas autoridade. Outra mudança foi o recuo da pauta ideológica conforme a pandemia foi avançando. Outra pressão sofrida foi do CentrãoO presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) chegou a sinalizar a possibilidade de afastamento do presidente, principal fiador de Lira durante a eleição da presidência da Casa Baixa, caso não houvesse mudança.

“A situação do país tem se revelado progressivamente grave, com reações dos mais diversos segmentos. Então você vê a manifestação por parte do Congresso Nacional, manifestações constantes dos governadores, cujos conflitos já são conhecidos e a estratégia de jogar a culpa no colo deles, não é mais possível. O judiciário também tem se posicionado, por meio de alguns ministros, no sentido de exigir e realçar a necessidade de que o governo federal coordene o processo de enfrentamento dessa crise", avalia o cientista político e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Arthur Leandro.

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