Às vésperas do início dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, com previsão de começar nesta terça-feira (27), o senador Humberto Costa (PT) defende priorizar a convocação do atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para ser ouvido. Costa é um dos 11 integrantes da CPI que vai investigar a condução da pandemia pelo governo Jair Bolsonaro. Em entrevista à Rádio Jornal, o senador comentou sobre o início da CPI e sobre suas expectativas para as primeiras ações.
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Ele acredita que Queiroga deve ser ouvido antes mesmo de ouvir os três antecessores no Ministério da Saúde que deixaram o cargo, em meio à pandemia, general Eduardo Pazuello, e os médicos Nelson Teich e Luiz Henrique Mandetta. "Eu entendo que o ideal é que começássemos pela atual situação da pandemia, ou seja, convocando o atual ministro da saúde, o presidente da Anvisa (Antonio Barra Torres) e o Ministro das Relações Exteriores (Carlos Alberto França) para que eles possam dizer o que está sendo feito neste momento para a obtenção de vacinas para a liberação de vacinas que já foram compradas pelos Estados brasileiros. Outro questionamento é saber como o Ministro das Relações Exteriores está tentando equacionar problemas que foram criados ao longo da gestão do ex-ministro Ernesto Araújo", pondera o senador.
NEGLIGÊNCIA
Outro tema que está no radar dos senadores da CPI da Covid é a denúncia de negligência na compra de 70 milhões de doses da vacina Pfizer. Segundo declarações da farmacêutica, o Ministério da Saúde teria burocratizado o processo e inviabilizado o acordo de compra. A demora na compra do imunizante da Pfizer teria atrasado todo o plano de vacinação do País. "Com toda essa informação surgida da negociação para a aquisição da vacina da Pfizer, eu entendo que essas duas coisas têm que caminhar lado a lado. Nós vamos ter que investigar de imediato esse processo da Pfizer, não só porque ele confirma a negligência do governo em adquirir as vacinas, mas também porque é uma coisa muito estranha o secretário de comunicação do governo ocupar o papel do ministro da saúde e de outros quadros da área sanitária para promover a negociação de um contrato bilionário para a aquisição de vacinas", diz Costa, fazendo referência ao ex-secretário de Comunicação da Presidência, Fabio Wajngarten.